Análise Semanal de Renda Fixa
17/05/2019 à 24/05/2019

Focus: a mediana das previsões para a Selic no fim de 2019 seguiu em 6,50% e no fim de 2020 recuou de 7,50% para 7,25%. A expectativa de alta para o PIB em 2019 recuou pela 12ª semana consecutiva e passou de 1,45% para 1,24%. Há quatro semanas era de 1,71%. As projeções para o IPCA para 2019 passaram de 4,04% para 4,07% e para 2020 seguiram em 4% enquanto a projeção para o avanço da produção industrial de 2019 foi de 1,70% para 1,47%.

O IPCA-15 registrou alta de 0,35% em maio ante 0,72% em abril. O resultado veio abaixo da mediana de 0,41%, dentro do intervalo entre 0,31% e 0,51% e aumento de 2,27% no ano. Nos 12 meses encerrados em maio o indicador ficou em 4,93%, abaixo da mediana esperada. As projeções iam de avanço de 4,89% a 5,10%, com mediana de 5,00%.

A percepção do risco do cenário político melhorou. O ritmo acelerado de votações das Medidas Provisórias que estavam para expirar foi interpretado como um sinal positivo de compromisso dos parlamentares com relação às reformas e deixou o mercado mais otimista em relação à aprovação da reforma da Previdência. O relator disse que está trabalhando em cima do projeto que o governo enviou para manter a economia fiscal de R$ 1,2 trilhão e que até o dia 15 de junho deve apresentar.

A agenda trouxe ainda o saldo do Caged de abril, com geração 129.601 vagas, bem acima da mediana de criação de 78 mil postos. Em março o saldo era de fechamento líquido de 43.196 postos. Apesar da melhora de um mês para o outro, o resultado está longe de dar esperança numa recuperação mais rápida da economia, mesmo porque os salários tiveram queda real de 1,32% ante abril do ano passado. Além disso, os dados sazonalmente ajustados reforçam a visão de retomada fraca da atividade.

A mudança nas regras de depósitos compulsórios de determinadas instituições anunciada pelo Banco Central não teve influência direta sobre os negócios mas foi bem recebida pelo mercado. Do ponto de vista da política monetária, significa que o BC está injetando dinheiro na economia que está estagnada.

Percepção de que um acordo comercial entre EUA e China poderá não acontecer no curto prazo, com as negociações acontecendo majoritariamente no campo do discurso.

A Ata da última reunião do Fed não trouxe novidades, reiterando paciência na hora de avaliar eventuais ajustes na política monetária dos EUA.

Corte expressivo na projeção para o PIB americano no segundo tri, de 2,25% para 1,0% em termos anualizados feito pelo JPMorgan. A revisão foi feita a partir da queda nas encomendas de bens duráveis americanas pouco acima da esperada.

O anúncio da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, de que renunciará ao cargo teve efeito limitado nos negócios.