Análise Semanal de Renda Fixa
24/05/2019 à 31/05/2019

A pesquisa Focus não trouxe alterações relevantes além de revisão marginal para baixo para o PIB de 2019, de 1,24% para 1,23%. Há quatro semanas a estimativa de crescimento era de 1,70%. Para 2020 o mercado manteve a previsão de alta do PIB em 2,50%. Foram mantidas as estimativas para IPCA deste ano em 4,07% e para 2020 em 4,00%. As projeções para Selic também foram mantidas em 6,50% em 2019 e 7,25% em 2020.

A melhora na perspectiva de aprovação da reforma da Previdência, a queda de 0,2% do PIB no terceiro tri reforçando a percepção de estagnação, bem como a fragilidade econômica puxando revisões em baixa para a inflação, deixaram o mercado confortável para apostar em cortes da Selic ainda este ano, mesmo após o presidente do BC ter sinalizado recentemente que não se pode tolerar inflação mais alta em troca de crescimento, indicando estabilidade dos juros.

Há semanas várias instituições financeiras vêm revisando para baixo suas projeções para a Selic. O mercado foi ampliando as apostas de cortes nas reuniões do Copom no segundo semestre, como mostra a precificação da curva a termo, na medida em que o grau de incerteza sobre a aprovação da reforma da Previdência diminuiu, ao mesmo tempo em que a percepção para a atividade doméstica piorou.

O pacto entre os três Poderes em prol do crescimento do País, a percepção de apoio de parte relevante da população ao governo e a reforma da Previdência, e com uma articulação política pouco mais azeitada entre Executivo e Legislativo, a expectativa é de que o texto seja aprovado com boa potência fiscal, mesmo excluindo-se as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria rural.

Após a divulgação de contração 0,2% da economia no primeiro tri, o ministro da Economia se mostrou otimista com a agenda para retomada do crescimento e disse que com a reforma os juros de mercado vão cair e o BC vai sancionar taxas mais baixas. Ele também informou sobre os planos do governo de liberar saques de recursos de contas do PIS/Pasep e do FGTS para estimular a economia assim que saírem as reformas, ciente de que a reforma por si só não é suficiente.

O real foi destaque de baixa entre os emergentes, que se beneficiaram da percepção de que o anúncio do governo americano de que vai aumentar tarifas a produtos do México pode trazer fluxo para os demais países do grupo.

A inversão da curva de rendimentos dos Treasuries formada pelo spread entre o juro da T-bill de três meses e a T-note de dez anos se acentuou e estaria prenunciando uma recessão econômica mais adiante. As apostas por pelo menos um corte de juros pelo Fed ainda este ano se intensificaram.

O resultado das eleições para o Parlamento Europeu trouxe alívio para as bolsas européias ao sinalizar o avanço insuficiente de grupos eurocéticos para garantir a maioria.

Fonte: Broadcast