Análise Semanal de Renda Fixa
06/09/2019 à 13/09/2019

Semana 60

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP®

Na esteira dos dados mais recentes de inflação, as projeções do relatório Focus alteraram a previsão para o IPCA em 2019 de uma alta de 3,59% para elevação de 3,54%, ainda mais distante do centro da meta que é de 4,25%. A projeção para o índice em 2020 foi de 3,85% para 3,82%. Já as projeções para alta do PIB em 2019 foram mantidas em 0,87% e para 2020 passaram de 2,10% para 2,07%. As estimativas do mercado para Selic permaneceram em 5,00% ao ano para o fim de 2019 e em 5,25% para o fim de 2020.

As vendas do comércio varejista subiram 1,0% em julho ante junho, na série com ajuste sazonal, acima do teto do intervalo das estimativas (-1,70% a 0,80%). Essa alta mostra o melhor desempenho para o mês desde 2013 (2,7%). Na comparação com julho de 2018, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 4,3%, superando também o teto das projeções (-0,90% a 3,50%). Apesar de mais fortes que o previsto, os números não alteraram a percepção sobre os cortes da Selic.

Ainda que tenha vindo mais forte do que o previsto, subiu 0,8% em julho ante junho na série com ajuste sazonal, o resultado do setor de serviços não muda a leitura de que a retomada econômica é lenta e a inflação seguirá comportada, o que viabiliza a continuidade do afrouxamento monetário pelo Banco Central brasileiro.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), com queda de 0,16% na margem, maior que a mediana das projeções (-0,08%) confirmou a percepção de retomada lenta e gradual da economia num ambiente de grande ociosidade e inflação comportada, que mantém o espaço para uma Selic menor.

Segundo apresentação feita pelo presidente do Banco Central a investidores em Londres e publicada no site da instituição, “a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deve permitir um ajuste adicional no grau de estímulo”, o que reforça a ideia de corte adicional da Selic.

O Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil, um termômetro do risco-país, operou no nível de 118 pontos, menor nível desde maio de 2013.

O Tribunal de Contas da União (TCU) emitiu um alerta ao governo para o risco de descumprimento da meta fiscal, que permite déficit de até R$ 139 bilhões neste ano. A maior preocupação é com os recursos que estão previstos para entrar nos cofres do governo a partir de dois leilões de concessão de áreas de petróleo, programados para o fim do ano e já contabilizados no Orçamento, mas que ainda não entraram nas contas da equipe econômica.

Sinais de alívio na relação comercial entre a China e os EUA. Os governos mostraram um interesse mútuo em reduzir a escalada nas tensões no comércio: isenção de tarifas a 16 produtos dos EUA por parte da China e adiamento de taxação a itens chineses pelos norte-americanos em 15 dias. O presidente americano disse que pode aceitar um acordo em etapas, embora tenha afirmado que prefere um entendimento mais amplo.
As vendas no varejo dos EUA vieram mais fortes que o esperado, com alta de 0,4% em agosto ante julho, acima das previsões de aumento de 0,2% nas vendas.

O Banco Central Europeu (BCE) trouxe um pacote de estímulos que agradou ao mercado. Além de cortar a taxa de depósito (de -0,40% para -0,50%) e manter a taxa de refinanciamento em 0%, o BCE divulgou que comprará 20 bilhões de euros em ativos mensalmente a partir de novembro até quando for necessário. Mas as declarações do presidente do BCE ao sugerir que os países que puderem adotem estímulos fiscais, como forma de dar suporte adicional à economia europeia, indicaram que o espaço da instituição para apoiar a economia da região é limitado.

Semana de 16 a 20 de setembro

As decisões sobre juros do Fed e do Copom na quarta-feira são os destaques da agenda. Nos EUA, a expectativa majoritária é de corte de 25 bps na taxa dos fed funds, hoje entre 2,00% e 2,25%. O presidente Donald Trump cobrou o banco central norte-americano que baixe os juros “para zero ou menos”. No Brasil, o consenso do mercado é de uma redução de 50 pontos-base na atual Selic de 6% e a grande expectativa é pela sinalização do comunicado do Copom para as reuniões seguintes. Para o fim de 2019 a curva mostra queda de 86 pontos-base. Haverá ainda reuniões de política monetária no Japão e no Reino Unido, ambas na quinta-feira.

O mercado continuará monitorando a movimentação do Congresso em torno das reformas. No caso da Previdência, o cronograma aponta votação do primeiro turno do texto no Senado somente no dia 24 de setembro, uma vez que não houve acordo entre os líderes para antecipar o prazo. Quanto à reforma tributária, as perspectivas estão mais conturbadas em meio às diferentes propostas que estão sendo discutidas na Câmara e no Senado, e da espera pelo texto a ser enviado pelo governo, que pode atrasar ainda mais em função da exoneração do secretário da Receita.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa

Estruturas a Termo de Taxas de Juros Anbima (Curvas de Juros)

Gráfico de Retorno versus Risco Renda Fixa - Tesouro Direto

Rendimentos da Renda Fixa nominais brutos do Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar e CDI

Rentabilidades da Renda Fixa (Tesouro Direto) em %CDI

Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

Comportamento das Taxas para Renda Fixa - Tesouro Direto