A combinação de atividade global enfraquecida e dólar perto da mínima, na casa de R$ 4,05 que é o menor valor desde 13 de setembro, fez as taxas dos DIs testarem novas mínimas no Brasil, reforçando as apostas de uma Selic abaixo de 5% no fim deste ano, já com chance residual de ir para 4,5% no encontro do Copom de dezembro. Na pesquisa Focus, a mediana das previsões para a Selic este ano foi de 5,00% para 4,75% e a indicação é de que fique neste patamar até dezembro de 2020.
A leitura a partir dos dados de emprego dos EUA, de que a economia americana não está tão fraca como sugeriram o dado de serviços do Instituto para Gestão da Oferta (ISM) na sequência de outros dois do setor industrial, reduziram as chances de dois cortes de juros pelo Fed em 2019. Segundo o relatório oficial do mercado de trabalho (payroll), no mês passado ocorreu a criação líquida de 136 mil vagas, abaixo dos 150 mil postos que era a mediana das estimativas do mercado. A taxa de desemprego recuou de 3,7% em agosto para 3,5%, a menor em quase 50 anos. Houve uma revisão total de 45 mil empregos a mais em relação aos relatórios de julho e agosto. O salário médio por hora atingiu US$ 28,09 em setembro, uma queda de 0,04% em relação a agosto, o que representou uma alta de 2,9% em termos anuais, inferior à elevação de 3,2% prevista. Os contratos futuros dos Fed funds monitorados pelo CME Group passaram a embutir apenas uma redução das taxas pelo Fomc até o fim do ano, ante duas na véspera, e a aposta majoritária é a de que ela ocorra neste mês. O ajuste para apenas uma redução foi endossado pelo presidente do Fed, que avaliou que a economia dos EUA está “em um bom lugar”, embora enfrente alguns riscos, e reafirmou o compromisso de fazer “o que for necessário” para prolongar o quadro positivo na economia dos EUA.
Semana de 07 a 11 de outubro
Há grande expectativa em relação a um avanço nas negociações comerciais entre China e EUA em função do encontro entre representantes do alto escalão das duas potências esperado para os dias 10 e 11 em Washington. Na agenda é destaque ainda a publicação na quarta-feira da ata do encontro do Fed realizado em setembro, seguida de entrevista do presidente da instituição, Jerome Powell. Após a bateria de dados de atividade fracos dos EUA, ganham ainda mais relevância os índices de preços ao produtor e ao consumidor do país que serão conhecidos entre terça e quinta-feira.
No Brasil, a reforma da Previdência no Senado entra em modo de espera, após lideranças do governo no Congresso afirmarem que o segundo turno não ocorrerá antes do dia 22, frustrando as expectativas de que o processo seria concluído ainda na primeira quinzena de outubro. Entre os indicadores, são destaques o IPCA de setembro, a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) e a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), ambas de agosto.
O mercado aguarda a divulgação pelo IBGE de como ficará a ponderação do IPCA de acordo com a nova Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), prevista para sexta (11). A mudança tem potencial para ajustar as expectativas de inflação e, logo, as apostas para a Selic.