resce a percepção de um Copom mais agressivo, com aceleração do ritmo de corte já no
de outubro para 75 pontos-base, embora a precificação majoritária e aposta do mercado seja de redução de 50 p.b, para 5,00%. Para o fim do ciclo de afrouxamento, as projeções do mercado estão migrando para 4% e há aposta também de 3,75%.
Com olhos somente para a política monetária, o mercado de juros não tem se abalado pelo agravamento da crise entre o PSL e a família do presidente, na medida em que os investidores ainda não veem nisso risco para as reformas nem para a governabilidade. Tampouco a criação líquida de 157.213 vagas de emprego no País em setembro, o melhor resultado para o mês desde 2013, e que superou ligeiramente o teto das estimativas (157 mil postos), inibiu as apostas de que a Selic pode cair mais do que o que vinha sendo precificado.
Num cenário de inflação cadente, com IPCA abaixo das metas para 2019 e 2020, atividade em ritmo lento e perspectiva de recuo dos juros no exterior, os prêmios da curva têm sido rapidamente eliminados nas últimas sessões, com exceção dos primeiros dias nesta semana quando as taxas subiram refletindo uma modesta realização de lucros. O espaço para uma realização mais firme fica limitado pelo otimismo com relação à política monetária, num cenário inflacionário bastante benigno e de retomada muito gradual da atividade.
O dólar fechou a sexta-feira em baixa de 1,22%, a maior queda percentual diária desde o dia 4 de setembro (-1,76%). Contribuíram para esse movimento a expectativa de entrada de capital externo e declarações do presidente do Banco Central que disse: “temos projetos, como cessão onerosa e privatizações que vão trazer recursos ao País. Se houver entrada grande de recursos, o real pode se apreciar”. Pode limitar uma apreciação mais consistente do real a redução do diferencial de juros entre o Brasil e o resto do mundo.
Após recuar 0,07% em julho (dado revisado), a economia brasileira teve leve alta em agosto deste ano, de 0,07% ante julho, de acordo com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), abaixo da mediana das projeções (0,20%) e dentro do intervalo esperado (-0,20% e +0,50%). Esse número corrobora a leitura de atividade ainda fraca e reforça uma provável queda mais acentuada nos juros.
O relator da reforma da Previdência reforçou a expectativa de que o Senado conclua a votação da proposta em segundo turno na terça-feira (22) sem nenhuma alteração. A votação foi viabilizada com a aprovação no plenário do Senado, do projeto que divide os recursos do megaleilão do petróleo com Estados e municípios. O texto passou com os votos de todos 68 senadores presentes e não houve voto contrário. A proposta segue para sanção do presidente. Renovadas preocupações com os rumos da economia mundial após divulgação do PIB da China, que mostrou o menor nível de crescimento em 27 anos, avançou 6% no terceiro tri, corroborando com a percepção de que a economia global está em processo de desaceleração. Também houve declarações de dirigentes do Fed alertando dos riscos ao cenário. Para o vice-presidente do BC americano, a economia dos EUA “confronta alguns riscos evidentes”.
O Vice-premier chinês declarou que a China e os EUA fizeram avanços substanciais na negociação comercial que poderiam levar a um acordo de fase um.
O Reino Unido pediu à União Européia um novo adiamento da decisão do Brexit, de 31 de outubro para 31 de de janeiro de 2020.
Semana de 21 a 25 de outubro
Votação da reforma da Previdência em segundo turno no plenário do Senado, prevista para o dia 22. A economia aos cofres públicos esperada com o texto é de R$ 800,3 bilhões em dez anos. Segundo o relator, a proposta deve ser aprovada sem novas alterações.
Divulgação do IPCA-15 de outubro na terça-feira, aguardado com grande expectativa depois da forte reação do mercado à deflação de 0,04% registrada pelo IPCA de setembro.
No exterior, a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira, é o evento que deverá ter maior atenção do mercado. Com relação aos dados, saem vários indicadores quer servirão para medir o pulso da economia global, como por exemplo índices de gerentes de compra (PMI) preliminares na zona do euro e na Alemanha.
Fonte: Broadcast