Análise Semanal de Renda Fixa
08/11/2019 à 14/11/2019

Na pesquisa Focus, a mediana para o IPCA este ano foi de alta de 3,29% para 3,31%. A projeção para o índice em 2020 permaneceu em 3,60%. Entre as Top 5, a mediana das projeções para 2019 foi de 3,30% para 3,36% e para 2020 seguiu em 3,55%. A expectativa de crescimento da economia em 2019 seguiu em 0,92%. Para 2020 o mercado financeiro alterou a previsão de alta do PIB de 2,00% para 2,08%. Foram mantidas as projeções para a Selic para este e o próximo ano em 4,50%.

As turbulências políticas em países da América do Sul e Hong Kong, as expectativas com os desdobramentos da soltura do ex-presidente Lula, a divisão no PSL e os impactos disso na articulação do governo com o Congresso foram monitoradas com atenção, e nesse contexto, na curva, as apostas de que a Selic terá cortes após dezembro vêm perdendo força. Os vencimentos curtos e médios da curva de juros ficaram mais pressionados desde a sinalização do Copom de que o ciclo de afrouxamento monetário está perto do fim, endossada pelos recentes indicadores de atividade do terceiro tri, que endossam que a economia está em retomada gradual.

O IBC-Br de setembro e do terceiro tri subiu 0,91% no terceiro tri e 0,44% em setembro na margem, acima das medianas das respectivas estimativas, de 0,75% e 0,39%. Como os números do varejo e do setor de serviços do período também haviam surpreendido, houve uma onda de revisões em alta para o PIB de 2019 e 2020. Segundo o Projeções Broadcast, agora a expansão de 1,0% para 2019 é a mediana, contra 0,90% há um mês e 0,92% no Boletim Focus. Para 2020, a mediana é de 2,3%, mais elevada do que no levantamento anterior (2,0%) e do que a Focus (2,08%). Os dados do varejo no terceiro tri foram bastante positivos e numa leitura conjunta com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), reforçaram a percepção de que a atividade econômica está se recuperando. A melhora nas perspectivas para a atividade, no entanto, não altera as apostas majoritárias para a Selic, de pelo menos mais um corte de 0,50 ponto em dezembro para 4,5%.

Apesar da maior cautela do investidor com a América Latina, o CDS do Brasil tem recuado com a percepção de que o Brasil é o único País da região em que reformas estruturais avançam.

A ausência de sinalizações positivas sobre a guerra comercial entre EUA e China, em meio a notícias de que as negociações “travaram” por relutância de Pequim em comprar mais produtos agrícolas americanos, apoiou cautela entre os investidores e mais incertezas sobre avanços para a conclusão do acordo “fase 1” entre os dois países.

As declarações do presidente do Fed no Congresso americano foram bem recebidas. Ele afirmou que inflação e juros baixos são ‘novo normal’ em todo o mundo, sugerindo que um aperto monetário por enquanto não está no radar do Fed.
O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, afirmou acreditar que após os três cortes de juros neste ano da instituição, é hora da autoridade monetária ficar em pausa e avaliar a performance da economia.

Semana de 18 a 22 de novembro

Destaque para o IPCA-15 de novembro na sexta-feira (22), com o mercado de olho especialmente na inflação de alimentos.

No exterior, divulgação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed na quarta-feira, quando o mercado por aqui estará fechado.

Fonte: Broadcast