O Boletim Focus mostrou que os economistas do mercado financeiro alteraram levemente a previsão para o IPCA em 2019. A mediana para o índice este ano foi de alta de 3,31% para 3,33%. A projeção para o índice em 2020 permaneceu em 3,60%. A expectativa de crescimento da economia em 2019 seguiu em 0,92%, sem alteração em relação à pesquisa anterior. Para 2020, alterou a previsão de alta do PIB de 2,08% para 2,17%. A mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 4,50%. Já a projeção para a Selic no fim de 2020 foi de 4,50% para 4,25%, ante 4,75% de quatro semanas atrás.
A agenda foi morna no Congresso, com o mercado mostrando pouca expectativa de avanço de uma agenda econômica relevante até o fim do ano.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), com criação de 70,8 mil postos de trabalho em outubro, marcando o sétimo mês consecutivo de abertura de vagas formais, ajudaram a melhorar a percepção de retomada da economia.
O IPCA-15 apurou inflação de 0,14% em novembro, ligeiramente abaixo do 0,16% da mediana das estimativas e é o menor resultado para um mês de novembro desde novembro de 1998. Em 12 meses, o índice acumula alta de 2,67%, abaixo da mediana (2,68%), e bem abaixo do centro da meta estabelecida para inflação no ano (4,25%). A taxa favoreceu o alívio na ponta curta da curva. Declarações do ministro da Fazenda completaram o quadro. Ele garantiu que os juros continuarão em trajetória descendente: “o juro real está descendo, vai continuar descendo, não sabemos onde vai parar”.
Após Campos Neto frisar que se o câmbio pressionar a inflação, o BC poderá agir por meio da política monetária e não pelo câmbio, no mercado futuro de juros reduziram-se as estimativas de corte da Selic em fevereiro.
A percepção dos profissionais de câmbio é de que a moeda americana pode não ceder muito nos próximos dias, pois os fatores que estão por trás da apreciação do dólar vão continuar: baixo diferencial de juros do Brasil com o resto do mundo, aumento do risco na América do Sul, dúvidas sobre os rumos das negociações da China com os EUA e empresas preferindo captar aqui do que no exterior. A frustração com o leilão da cessão onerosa é vista como o fator mais recente para a aceleração do dólar. Somente em novembro, a moeda americana à vista subiu cerca de 5%, saltando da faixa de R$ 4,00 para perto de R$ 4,20. O avanço foi maior que o visto em outros países emergentes, onde a divisa também subiu.
Dadas as incertezas do cenário global, algumas economias emergentes já estão encerrando seu ciclo de cortes nas taxas. O Banco da Reserva da África do Sul decidiu manter os juros em 6,50%. Do mesmo modo, o Banco Central da Colômbia decidiu não alterar a taxa básica do país, que permanece em 4,25%.
As idas e vindas nas negociações comerciais entre EUA e China continuaram orientando os mercados. Informações de fontes de que pode ocorrer um adiamento da imposição de novas barreiras tarifárias norte-americanas para produtos chineses dividiram espaço com o sinal de que um acordo pode ficar para 2020.
A percepção de manutenção de juros nos EUA foi reforçada pela ata do Fed.
Semana de 25 a 29 de novembro
Semana mais curta para o mercado em Wall Street, pois na quinta-feira (28) é feriado nos EUA, Dia de Ação de Graças. Entre os dados econômicos, o destaque da agenda norte-americana é a divulgação do PIB do terceiro tri (leitura preliminar) na quarta-feira, quando também sai o índice de gastos com consumo (PCE), medida preferida de inflação do Fed, referente a outubro.
Internamente, o calendário de indicadores é amplo, com previsão de divulgação dos números fiscais e do setor externo de outubro, além da taxa de desemprego Pnad Contínua.
Fonte: Broadcast