Análise Semanal de Renda Fixa
30/11/2018 à 05/12/2018

Os vértices curtos da Curva de Juros Prefixada tiveram um forte fechamento refletindo a inflação que trouxe números ainda mais deflacionários que o esperado e a atividade ainda respondendo vagarosamente aos estímulos.

A ponta longa referendou o cenário global ruim na semana, com o medo da desaceleração nos EUA, petróleo em queda, prisão da CFO da Huawei, além do fato do pouco avanço das agendas reformistas do governo de transição.

A inflação segue ancorada e com perspectiva de queda. A projeção de inflação para os dois próximos anos vem sendo reduzida no Boletim Focus. As inflações implícitas das NTN-Bs também tem tocado as mínimas.

Forte queda nos Treasuries  americanos (T10 -13 ptb na semana), em grande parte por conta da fuga de risco e preocupações quanto a uma recessão futura.

Brasil

O dólar teve uma alta moderada por conta de remessas para o exterior e as incertezas políticas sobre a questão comercial entre China e EUA.

A produção industrial cresceu 0,2% em outubro, variação que reverte apenas uma ligeira parte da queda de 1,8% registrada no mês anterior.

O IPCA ficou -0,21% (Esperado -0,08%) em novembro, após alta de 0,45% em outubro. Núcleos bem comportados.

O IGP-DI de novembro foi de -1,14%, a primeira deflação em 15 meses e a mais forte desde abril/17.

Mundo

Semana até começa bem com o anuncio da trégua entre EUA e China (acordo de 90 dias), mas logo vem a dúvida sobre os reais frutos desse acordo. A coisa ficou pior com a prisão da CFO da Huawei no Canadá.

Payroll trouxe números bem abaixo do esperado para o emprego nos EUA, 155 mil (esperado 198 mil), mas o mercado de trabalho ainda segue robusto.

Os investidores estão preocupados com o achatamento da curva de juros americana em uma possível antecipação de recessão.

Presidente do FED de Atlanta, Bostic, relatou que as taxas podem estar perto da taxa neutra, o que fez com que o mercado entendesse que o ciclo de alta nos EUA pode ser encurtado.

Na Europa, a difícil situação do Brexit fortaleceu o cenário de fuga de risco internacional.

A OPEP e aliados decidiram cortar a produção de petróleo em 1,2 milhão de barris dia para 2019, buscando evitar o excesso de oferta.