Análise Semanal de Renda Fixa
04/10/2019 à 11/10/2019

Resumo do Mercado de Renda Fixa: Semana 64

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

A pesquisa Focus trouxe mudanças marginais nas estimativas de inflação para este ano de alta de 3,43% para 3,42%. A projeção do IPCA em 2020 foi de 3,79% para 3,78%. A mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 4,75%. Já a projeção para a Selic no fim de 2020 permaneceu em 5,00% ao ano. A expectativa de crescimento da economia em 2019 seguiu em 0,87%. Para 2020 o mercado manteve a previsão de alta do PIB em 2,00%.

Os juros futuros seguiram em queda com as taxas caindo até 37 pontos-base em comparação com os ajustes do fechamento da semana passada. A taxa do contrato de DI para janeiro de 2023, por exemplo, fechou a 5,59% de 5,96% na sexta-feira (04). Um conjunto de fatores corroborou para a percepção de que a Selic pode cair até abaixo de 4,5% no fim do ciclo de afrouxamento monetário. As revisões ocorreram após a divulgação de deflação de 0,04% do IPCA de setembro, com várias instituições revendo suas previsões para o IPCA de 2019 e, em alguns casos para 2020, ampliando as apostas de corte da Selic, e as vendas no varejo restrito na margem que subiram 0,1% (mediana das projeções de 0,30%).

Além disso foi revelado que o volume de serviços prestados caiu 0,2% em agosto, abaixo da mediana das previsões (-0,05%), o que reforça a fraqueza da economia. O mercado também avalia o impacto da nova ponderação do IBGE que servirá como base para o cálculo do IPCA de 2020. Houve leitura positiva em relação ao acordo fechado para a divisão dos recursos da cessão onerosa, e com isso definido, o mercado passou a entender que as chances de novos atrasos na Previdência diminuíram e que a votação final deve mesmo ocorrer em 22 de outubro, o que é mais um sinal positivo para as expectativas. O ambiente externo também teve contribuição importante para o alívio de prêmios, especialmente na ponta longa. Os investidores estão otimistas quanto à trégua na guerra comercial entre a China e os EUA após informações de que os dois países chegaram a um acordo comercial parcial.

A deflação de 0,04% do IPCA em setembro, menor taxa para o mês desde 1998, ficou no piso das estimativas do mercado e trouxe preços de abertura surpreendentemente benignos, em especial os núcleos. Em 12 meses até setembro a inflação acumulada é de 2,89%, perto do piso da meta de 2,75%. Depois da divulgação do índice, cresceram as expectativas de que a inflação de 2019 pode ficar perto ou até abaixo de 3%, e de que a Selic chegará a 4,5% no fim do ciclo. Várias instituições reduziram as expectativas para o IPCA este ano após a leitura de setembro.

As vendas no varejo ampliado ficaram estagnadas em agosto em relação a julho ante expectativa de avanço de 0,60% conforme a mediana das estimativas. Por mais que o dado seja “retrovisor”, ele apagou um pouco do otimismo com o indicador anterior de julho e veio na sequência da deflação do IPCA, o que reforça espaço para uma política monetária mais acomodatícia.

O considerado bem-sucedido leilão de áreas do pós-sal realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) com participação de importantes operadoras estrangeiras e a aprovação pela Câmara do projeto de lei que trata da partilha dos recursos da cessão onerosa contribuíram para o sentimento positivo do mercado. A aprovação aumenta a possibilidade de votação em segundo turno da reforma da Previdência no Senado no dia 22.

O otimismo com um acerto comercial entre China e EUA fez o dólar cair mundialmente. No Brasil o dólar fechou a R$4,09. Além do exterior pesa a perspectiva de ingressos no mercado doméstico de um volume importante de fluxo cambial de captações corporativas e também os leilões da cessão onerosa no começo de novembro. A expectativa de novos cortes de juros aqui e a redução do diferencial de juros com o exterior pode seguir como um limitador para um recuo maior.

O presidente Donald Trump disse que os EUA chegaram à primeira fase de um acordo comercial com a China e que os dois países estão muito próximos de encerrar a guerra comercial.

Semana de 14 a 18 de outubro

Na segunda-feira (14) o Banco Central informa o IBC-Br de agosto, que fecha o ciclo dos principais indicadores de atividade do mês. Há possibilidade da divulgação dos dados do saldo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referente a setembro.

Com a votação do segundo turno da reforma da Previdência no Senado marcada para o dia 22, o mercado olhará para outras pautas, como a votação do projeto de lei sobre a cessão onerosa na Casa, após a aprovação pela Câmara na última quarta-feira. Na Câmara também é esperada a votação do projeto de securitização da dívidas dos entes da Federação.

A agenda internacional é ampla em indicadores de atividade e inflação na China, nos EUA e na Europa.
O PIB chinês do terceiro tri será divulgado na quinta (17).

O Brexit também manterá a atenção dos mercados. Será apresentada formalmente uma proposta à União Europeia.

Na quarta-feira (16) o Fed divulga o Livro Bege, sumário das condições econômicas que orienta as decisões de política monetária. Na segunda-feira (14) os mercados em Wall Street estarão fechados em razão do feriado do Dia de Colombo.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa

Estruturas a Termo de Taxas de Juros Anbima (Curvas de Juros)

Gráfico de Retorno versus Risco Renda Fixa - Tesouro Direto

Rendimentos da Renda Fixa nominais brutos do Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar e CDI

Rentabilidades da Renda Fixa (Tesouro Direto) em %CDI

Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

Comportamento das Taxas para Renda Fixa - Tesouro Direto