Carteiras de Investimento em Renda Fixa → Agosto de 2023

Acompanhamento do comportamento Mensal de Carteiras de Investimentos em Renda Fixa

Começamos ressaltando que trata-se de um projeto de cunho educacional, não existe sugestão ou indicação de investimento em nenhuma das carteiras. 

É aprender sobre a Renda Fixa acompanhando o mercado, é ter a visão prática e real.

O intuito é contribuir para elevação das discussões sobre investimentos em Renda Fixa no Brasil.

Acreditamos que com a obrigação da Marcação a Mercado de vários ativos de Renda Fixa, fato ocorrido em janeiro de 2023, a necessidade do entendimento sobre comportamento dos ativos de Renda Fixa ficará ainda mais latente.

Gráfico do Retorno Acumulado no Mês

Gráfico do Retorno Acumulado no Ano

→ Resumo Mensal das Notícias do Mercado de Renda Fixa

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

Destaques não faltaram no mês de agosto de 2023, com início de corte de juros no Brasil, sinais sobre a condução na política monetária nos Estados Unidos e dados da economia da China vistos como desanimadores pelo mercado. Isso sem contar a agitada temporada de balanços das empresas brasileiras, o rebaixamento da nota de crédito nos Estados Unidos e diversos indicadores aqui e no exterior. E, nos últimos dias, pesou o aumento da preocupação com a situação fiscal doméstica.

O mercado até comemorou a aprovação final do arcabouço fiscal pela Câmara, que aparou algumas flexibilizações acrescentadas pelo Senado. Mas agora há cautela pelo desafio de cumprimento da nova meta para as contas públicas. O texto do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024, publicado 31/08, sinalizou o cumprimento da meta fiscal no ano que vem, com superávit primário de R$ 2,841 bilhões (0,0% do PIB), e relação dívida/PIB de 77,3%. No entanto, o investidor seguiu desconfiado.

Nesse cenário, o Ibovespa acumulou queda de 5,09% no mês, com apenas cinco pregões em alta. O dólar à vista avançou 4,69% e a curva de juros futuros teve forte ganho na inclinação. Em Nova York, os índices acumularam baixa no período, com perdas de 2,36%, 1,77% e 2,17% do Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq, respectivamente. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis moedas fortes, avançou 1,73% na variação mensal.

No âmbito doméstico, o início do mês teve foco no Comitê de Política Monetária (Copom), que deu o pontapé no processo de afrouxamento da taxa Selic com um corte de 0,50 ponto porcentual, de 13,75% para 13,25% ao ano. O Comitê sinalizou que unanimemente antevê redução da mesma magnitude nas próximas reuniões. Depois, na ata da reunião, o Copom afirmou julgar como “pouco provável” uma intensificação adicional no ritmo de cortes da Selic.

A política monetária dos Estados Unidos também esteve em foco, primeiro com a divulgação da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). No documento referente ao encontro de julho, o Fed manteve em aberto eventuais ajustes adicionais nas taxas de juros. Semanas depois, no Simpósio de Jackson Hole, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o BC americano “está preparado” para aumentar mais os juros, se necessário, e sinalizou a intenção de manter a política monetária em níveis restritivos até haver confiança de que a inflação cai “sustentadamente” em direção à meta de 2%.

Entre os indicadores divulgados ao longo do mês, alguns dos destaques no Brasil foram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), varejo, serviços e IPCA-15. Nos Estados Unidos, o mercado acompanhou dados como o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês).

Mas boa parte da atenção esteve voltada aos dados divulgados na China, entre eles os de exportações, índice de preços ao consumidor, produção industrial e vendas de varejo, além de uma redução de juros anunciada pelo banco central chinês que não foi suficiente para estabilizar a confiança do consumidor e dos investidores. Houve ainda temores em relação à saúde do setor imobiliário chinês, com notícias da Country Garden e da Evergrande.

Fonte: Broadcast

→ Comportamento dos Ativos

Os ativos de Crédito Privado atrelados ao CDI – IDA DI renderam (1,90% no mês) e o IMA-S, carteira atrelada à Taxa Selic (1,18%), foram os únicos que superaram o CDI → 1,14% em agosto.

O IDA-DI refletiu o fechamento dos spreads dos títulos corporativos e o IMA-S o fechamento dos deságios no mês de agosto de 2023.

Os demais ativos de Renda Fixa performaram aquém do CDI. Destaques negativos para o IPCA+ de 10 anos -0,94% e IPCA+ de 20 anos -3,05% no mês.

Agosto foi um mês de ganho de inclinação nas Curvas de Juros. O fechamento das taxas mais curtas não foi suficiente para que os ativos de renda fixa mais curtos superassem o CDI no período. A parte média e longa da curva de juros subiram e fez com que os títulos de renda fixa desse seguimento sofressem.

As Curvas de Juros seguem invertidas (Taxa CDI maior que as Taxas de vencimentos superiores, logo o carregamento de ativos segue negativo e pesa sobre os retornos dos ativos Prefixados e IPCA+.

A parte de inflação dos títulos IPCA+, o VNA IPCA, rendeu 0,22% no mês de agosto.

Ibovespa sofreu desvalorização de -5,09% e o Dólar valorizou +3,80%.

Curvas de Juros de Títulos Públicos Anbima ( ETTJ Svensson)

Prefixados

IPCA+

Inflação Implícita

Resultados das Carteiras de Renda Fixa

Carteira de Renda Fixa Conservadora

Carteira Conservadora de Renda Fixa

O perfil Conservador obteve um retorno no mês de 1,17% (102,33% do CDI).

Os ativos de Crédito Privado atrelados ao CDI – IDA DI renderam (1,90% no mês) e o IMA-S, carteira atrelada à Taxa Selic (1,18%), foram os únicos que superaram o CDI → 1,14% em agosto.

Os demais ativos de Renda Fixa performaram aquém do CDI.

A parte de inflação dos IPCA+, o VNA IPCA, rendeu 0,22% no mês de agosto.

A Carteira Conservadora foi a de maior rentabilidade em agosto de 2023.

Carteira de Renda Fixa Moderada

Carteira Moderada de Renda Fixa

O perfil Moderado obteve um retorno no mês de 0,92% (80,94% do CDI).

Os ativos de Crédito Privado atrelados ao CDI – IDA DI renderam (1,90% no mês) e o IMA-S, carteira atrelada à Taxa Selic (1,18%), foram os únicos que superaram o CDI → 1,14% em agosto.

Os demais ativos de Renda Fixa performaram aquém do CDI. Destaque negativo para o IPCA+ de 10 anos -0,94% no mês.

A parte de inflação dos IPCA+, o VNA IPCA, rendeu 0,22% no mês de agosto.

Carteira de Renda Fixa Arrojada

Carteira Arrojada de Renda Fixa

O perfil Arrojado de Renda Fixa obteve um retorno no mês de 0,60% (52,48% do CDI).

Os ativos de Crédito Privado atrelados ao CDI – IDA DI renderam (1,90% no mês) e o IMA-S, carteira atrelada à Taxa Selic (1,18%), foram os únicos que superaram o CDI → 1,14% em agosto.

Os demais ativos de Renda Fixa performaram aquém do CDI. Destaques negativos: o Pré de 5 anos -0,29, o IPCA+ de 10 anos -0,94% e IPCA+ de 20 anos -3,05% no mês.

A parte de inflação dos IPCA+, o VNA IPCA, rendeu 0,22% no mês de agosto.

Carteira de Renda Fixa + Renda Variável

Carteira de Renda Fixa + Renda Variável

O perfil RF + RV obteve um retorno no mês de 0,13% (11,67% do CDI). 

A exposição em Renda Fixa da Carteira, os ativos de Crédito Privado atrelados ao CDI – IDA DI renderam (1,90% no mês) e o IMA-S, carteira atrelada à Taxa Selic (1,18%), foram os únicos que superaram o CDI → 1,14% em agosto.

 Os demais ativos de Renda Fixa performaram aquém do CDI.

Destaques negativos para o Pré de 5 anos -0,29, o IPCA+ de 10 anos -0,94% e IPCA+ de 20 anos -3,05% no mês.

O maior contribuição positiva foi do Dólar que rendeu +3,80% em agosto de 2023.

Ibovespa foi o maior detrator da Carteira (-5,09%) afetando negativamente o retorno da carteira.

Foi a carteira de menor rendimento em Agosto de 2023.

Retorno Acumulados das Carteiras de Renda Fixa

Retorno Ano

Retorno no Mês