Carteiras de Investimento em Renda Fixa → Setembro de 2023

Acompanhamento do comportamento Mensal de Carteiras de Investimentos em Renda Fixa

Começamos ressaltando que trata-se de um projeto de cunho educacional, não existe sugestão ou indicação de investimento em nenhuma das carteiras. 

É aprender sobre a Renda Fixa acompanhando o mercado, é ter a visão prática e real.

O intuito é contribuir para elevação das discussões sobre investimentos em Renda Fixa no Brasil.

Acreditamos que com a obrigação da Marcação a Mercado de vários ativos de Renda Fixa, fato ocorrido em janeiro de 2023, a necessidade do entendimento sobre comportamento dos ativos de Renda Fixa ficará ainda mais latente.

Gráfico do Retorno Acumulado no Mês

Gráfico do Retorno Acumulado no Ano

→ Resumo Mensal das Notícias do Mercado de Renda Fixa

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

O Ibovespa fechou a última sessão de setembro (e do terceiro trimestre) em alta de 0,72%, aos 116.565 pontos. O pregão de hoje definiu o mês no azul, com avanço de 0,71% no período. No ano, o Ibovespa avança 6,22%, vindo de perda de 5,09% em agosto.

 Setembro representou um recálculo de rota, rumo à cautela. Os negócios já vinham sendo pressionados desde a virada de agosto pela maior necessidade de financiamento do Tesouro dos Estados Unidos e pela subida forte do petróleo. O que fez “virar a chave” no mês de negócios que se encerra hoje foi a percepção de que os principais bancos centrais, em especial o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), manterão o aperto monetário no horizonte da economia global por mais tempo do que o estimado.

 No Brasil, o mês de setembro começou na expectativa de decisões de política monetária e se encerrou ainda sob repercussão dessas mesmas decisões. O “portal” a ligar os dois momentos se abriu numa mesma “super quarta” (20), na semana passada, quando o Federal Reserve manteve os Fed Funds no intervalo entre 5,25% e 5,50% ao ano e o Banco Central do Brasil reduziu a Selic mais uma vez em 0,50 ponto porcentual, de 13,25% para 12,75% ao ano.

Apesar de virem em linha com as expectativas de mercado, na letra fria, essas decisões vieram acompanhadas por comunicados, atas e entrevistas que, nos Estados Unidos, reforçaram a percepção de “mais juros por mais tempo” e, no Brasil, consolidaram a aposta de que os próximos cortes, nos anúncios de novembro e dezembro, permanecerão no compasso atual, de 0,50 ponto porcentual.

Um efeito direto, a partir dos Estados Unidos, manifestou-se no aumento da aversão ao risco em escala global. Menos analistas passaram a acreditar na possibilidade de o esforço desinflacionário na maior economia do mundo assegurar um “pouso suave”, isto é, com menor efeito recessivo.

Na última semana do mês, um novo impasse orçamentário nos Estados Unidos, que pode paralisar o governo já neste fim de semana, entrou na conta, acirrando ainda mais a seguinte dinâmica verificada nas últimas semanas: o investidor, diariamente, passou a embolsar o que pôde de lucros, pediu mais prêmios – em resumo, ficou mais conservador. No Brasil, essa guinada veio acompanhada pela desconfiança em relação ao cumprimento das metas fiscais pelo governo.

 Em preparação para cenários futuros, de aperto, o que se verificou foi uma corrida pela renda fixa americana, com impactos para muito além dos Estados Unidos. Os retornos da T-note de 10 anos chegaram à última sessão do mês projetando as mais altas taxas em um período superior a uma década.

 Os índices acionários de Nova York cederam forte no período (Dow Jones -3,50%, S&P 500 -4,87% e Nasdaq -5,81%, esses dois últimos no pior mês de 2023).

 O índice DXY, que pondera o dólar frente a divisas fortes, voltou à marca de 106 pontos, abandonada em novembro de 2022. No Brasil, o dólar no mercado à vista se valorizou frente ao real em setembro (+1,53%), ultrapassando o patamar de R$ 5 (no fechamento de hoje a R$ 5,0268).

Fonte: Broadcast

→ Comportamento dos Ativos

Os ativos de Crédito Privado atrelados ao CDI – IDA DI renderam (1,33% no mês) e o IMA-S, carteira atrelada à Taxa Selic (1,0%), foram os únicos ativos de Renda Fixa que superaram o CDI → 0,97% em setembro.

O IDA-DI refletiu mais um mês fechamento dos spreads dos títulos corporativos e o IMA-S o fechamento dos deságios.

Os demais ativos de Renda Fixa performaram aquém do CDI refletindo abertura nas Taxas de Juros. Destaques para os rendimentos negativos no mês para o Prefixado de 5 anos -1,37%, IPCA+ de 10 anos -1,97% e IPCA+ de 20 anos -3,53%

Segundo mês seguido de inclinação nas Curvas de Juros.

As Curvas de Juros seguem invertidas (Taxa CDI maior que as Taxas de vencimentos superiores, logo o carregamento de ativos segue negativo) e pesa sobre os retornos dos ativos Prefixados e IPCA+.

A parte de inflação dos títulos IPCA+, o VNA IPCA, rendeu 0,25% no mês de setembro.

Ibovespa valorizou-se 0,71% e o Dólar rendeu +1,74%.

Curvas de Juros de Títulos Públicos Anbima ( ETTJ Svensson)

Prefixados

IPCA+

Inflação Implícita

Resultados das Carteiras de Renda Fixa

Carteira de Renda Fixa Conservadora

Carteira Conservadora de Renda Fixa

O perfil Conservador obteve um retorno no mês de 0,93% (95,85% do CDI).

Os ativos de Crédito Privado atrelados ao CDI – IDA DI renderam (1,33% no mês) e o IMA-S, carteira atrelada à Taxa Selic (1,0%), foram os únicos ativos de Renda Fixa que superaram o CDI → 0,97% em setembro.

Os demais ativos de Renda Fixa performaram aquém do CDI.

A parte de inflação dos IPCA+, o VNA IPCA, rendeu 0,25% no mês de agosto.

A Carteira Conservadora foi a de maior rentabilidade em setembro de 2023, mas não superou o CDI.

Carteira de Renda Fixa Moderada

Carteira Moderada de Renda Fixa

O perfil Moderado obteve um retorno no mês de 0,43% (43,87% do CDI).

Os ativos de Crédito Privado atrelados ao CDI – IDA DI renderam (1,33% no mês) e o IMA-S, carteira atrelada à Taxa Selic (1,0%), foram os únicos ativos de Renda Fixa que superaram o CDI → 0,97% em setembro.

Os demais ativos de Renda Fixa performaram aquém do CDI. Destaques negativos: o IPCA de 5 anos -1,13 e o IPCA+ de 10 anos -1,97% no mês.

A parte de inflação dos IPCA+, o VNA IPCA, rendeu 0,22% no mês de agosto.

Carteira de Renda Fixa Arrojada

Carteira Arrojada de Renda Fixa

O perfil Arrojado de Renda Fixa obteve um retorno no mês de -0,11% (-11,78% do CDI).

Os ativos de Crédito Privado atrelados ao CDI – IDA DI renderam (1,33% no mês) e o IMA-S, carteira atrelada à Taxa Selic (1,0%), foram os únicos ativos de Renda Fixa que superaram o CDI → 0,97% em setembro.

Os demais ativos de Renda Fixa performaram aquém do CDI. Destaques negativos: o Pré de 5 anos -1,37 e o IPCA+ de 20 anos -3,53% no mês. 

A parte de inflação dos IPCA+, o VNA IPCA, rendeu 0,22% no mês de agosto.

A carteira Arrojada foi de a de pior rendimento em setembro de 2023.

Carteira de Renda Fixa + Renda Variável

Carteira de Renda Fixa + Renda Variável

O perfil RF + RV obteve um retorno no mês de 0,28% (28,95% do CDI). 

Os ativos de Crédito Privado atrelados ao CDI – IDA DI renderam (1,33% no mês) e o IMA-S, carteira atrelada à Taxa Selic (1,0%), foram os únicos ativos de Renda Fixa que superaram o CDI → 0,97% em setembro.

Os demais ativos de Renda Fixa performaram aquém do CDI. Destaques negativos: o Pré de 5 anos -1,37 e o IPCA+ de 20 anos -3,53% no mês. 

A parte de inflação dos IPCA+, o VNA IPCA, rendeu 0,22% no mês de agosto.

O ativo com maior retorno foi o Dólar que rendeu +1,74% em setembro de 2023.

 

Ibovespa rendeu 0,71% no mês.

Retorno Acumulados das Carteiras de Renda Fixa

Retorno Ano

Retorno no Mês