Relatório Semanal de Renda Fixa
27/03/2020 à 03/04/2020

Análise do Mercado de Renda Fixa: Semana 89

Highlights (Resumo):

Queda nos Curtos até 2 anos e Alta nos Longos(Ganho de Inclinação).

Principal vetor: Ainda pesam todas as consequências a serem geradas pelo Corona. No campo político, o mercado recebe mal as divergências
entre o Presidente Bolsonaro e o Ministério da Saúde. Os ativos mais curtos refletem a política estimulativa do COPOM e os longos capturam a
piora nos riscos globais e locais.

Destaques: Coronavírus.

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

A pesquisa Focus (dia 6) trouxe revisão para baixo para PIB, Selic e IPCA deste ano. As estimativas do mercado para o PIB em 2020 passaram de -0,48% para -1,18% e para 2021 foi mantida a previsão de alta de 2,50%. A Selic no fim de 2020 passou de 3,50% para 3,25%. Já a projeção para o fim de 2021 foi de 5,00% para 4,75% ao ano. No grupo Top 5 de médio prazo no Focus, a mediana da taxa básica em 2020 passou de 3,13% para 3,00%. No caso de 2021 foi de 4,50% para 4,00% ao ano. Na esteira do avanço do novo coronavírus no Brasil, os economistas do mercado financeiro cortaram novamente a previsão para o IPCA. O Relatório mostrou que a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 2,94% para 2,72%. A projeção para o índice em 2021 foi de 3,57% para 3,50%. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do ano seguiu em R$ 4,50 e para 2021 foi de R$ 4,30 para R$ 4,40.

A aversão ao risco em meio ao contínuo aumento de casos de coronavírus no mundo e às constantes preocupações com o efeito disso tudo sobre a economia global, as preocupações com o cenário fiscal, bem como a turbulência política gerada entre o presidente, a equipe técnica do Ministério da Saúde e os governadores, além das pesquisas mostrando queda na aprovação do governo, seguiram elevando o nível de inclinação na curva de juros na semana, com os juros de curto e longo prazo fechando com queda e alta em torno de 30 bps respectivamente ante os níveis de encerramento do dia 27 de março.

A perspectiva de um período de recessão mais prolongado sustenta apostas em corte mais firme da Selic. A expectativa de reduções na taxa se dá na esteira da onda de revisões em baixa para o PIB este ano.

O dólar seguiu a avançar sobre o real, pari passu em relação a moedas de países emergentes. Passou a barreira dos R$ 5,30 e fechou a sessão dia 3 renovando máxima histórica nominal, a R$ 5,3270, com alta acumulada de 4,40% na semana, a maior desde 24 de agosto de 2018 (+4,89%). Dentre os fatores que influenciaram esse movimento estão: saída de recursos de países emergentes em função de um forte movimento no mundo para recomposição de reservas em dólares por parte de bancos centrais e governos de vários países, incerteza em relação aos impactos na economia provocados pela pandemia de coronavírus, redução das expectativas com relação às reformas e o rearranjo das contas públicas. Apesar de o real estar em movimento alinhado ao dos demais emergentes, pouco tem adiantado as intervenções quase diárias do Banco Central com venda de reservas.

Enquanto o mundo todo ainda projeta seus níveis de recessão, a China começa a se recuperar dos impactos do coronavírus. O primeiro país a registrar o coronavírus indicou agora que é possível haver recuperação da atividade na sequência, ao divulgar que tanto a indústria quanto o setor de serviços voltaram a se expandir em março, conforme índices PMIs, após um recorde de baixa em fevereiro.

A visão de enfraquecimento da economia americana cresceu após o payroll de março ter mostrado saldo líquido negativo de 701 mil vagas nos EUA, elevando a taxa de desemprego de 3,5% em fevereiro para 4,4% no mês passado. Apesar do número ter superado as previsões do mercado cuja mediana era de corte de 100 mil postos de trabalho, o salário médio por hora subiu 3,1% na comparação anual de março surpreendendo previsão de alta de 2,9%.

A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, afirmou que o mundo já está em recessão em um quadro “bem pior do que a crise financeira de 2008”.


Semana de 6 a 9 de abril

No Brasil, a grande expectativa diz respeito a possíveis novas definições sobre o isolamento social em função do ritmo acelerado de expansão do coronavírus, tanto com relação ao período quanto a maior rigidez nas regras de circulação. O Distrito Federal já estendeu a quarentena até 3 de maio e os Estados devem seguir a mesma tendência.

Também ficam no radar possíveis novas medidas a serem adotadas pelos governos para tentar estancar os prejuízos decorrentes da pandemia, que vai levar a economia global a uma forte recessão nos próximos trimestres.

Na agenda de indicadores, os destaques domésticos são a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, além do IPCA de março.

No exterior, a semana será marcada por indicadores de inflação na China e nos EUA. Além disso, o mercado continuará atento à evolução dos dados semanais de pedidos de auxílio-desemprego norte americano após o sinal alarmante emitido pelo último relatório de emprego mostrando corte de 701 mil postos de trabalho em março. Ainda, na quarta-feira (8), será publicada a ata da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa

Estruturas a Termo de Taxas de Juros Anbima (Curvas de Juros)

Gráfico de Retorno versus Risco Renda Fixa - Tesouro Direto

Rendimentos e Volatilidade da Renda Fixa: Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar e CDI

Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

Comportamento das Taxas para Renda Fixa - Tesouro Direto

Relatório Semanal de Renda Fixa

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