Análise Semanal de Renda Fixa
29/11/2019 à 06/12/2019

Resumo do Mercado de Renda Fixa: Semana 72

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

O relatório Focus indicou manutenção das estimativas para a Selic em 4,50% neste e no final do próximo ano. Para o IPCA houve elevação de 3,46% para 3,52% na taxa estimada para 2019 e manutenção em 3,60% na taxa para 2020. A expectativa de crescimento da economia em 2019 seguiu em 0,99%. Para 2020 o mercado alterou a previsão de alta do PIB de 2,20% para 2,22%. A mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano seguiu em R$ 4,10. Para o próximo ano, a projeção para o câmbio foi de R$ 4,00 para R$ 4,01.

O resultado do IPCA de novembro indicou inflação de 0,51%, maior para o mês desde 2015 (+1,01%) e acima da mediana de 0,47%, mas dentro do intervalo das estimativas (de 0,19% a 0,58%). A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 3,12%. Em 12 meses ficou em 3,27%, dentro das projeções que iam de 2,95% a 3,34% com mediana de 3,23%. A leitura do mercado é que o dado acima do esperado não ameaça a percepção de controle da inflação.

O resultado do IPCA de novembro acima da mediana não foi empecilho para o mercado futuro de juros ajustar toda a curva para baixo. A percepção de que a pressão, puxada por carnes, tem chance de moderar a partir da virada do ano e deixou inalterada a expectativa de corte de 0,50 ponto na taxa Selic na próxima reunião do Copom. Para fevereiro no entanto, o quadro não se alterou substancialmente e seguui dividido entre apostas de manutenção e corte de 25 bps na taxa. A queda do dólar para o patamar dos R$ 4,14 reforçou esse cenário e deu apoio ao fechamento das taxas.

O dólar encerrou a semana no nível dos R$ 4,14 no mercado à vista, refletindo o ingresso de fluxo estrangeiro para a bolsa brasileira em meio à melhora do sentimento do mercado sobre as perspectivas da economia interna, após os dados de PIB do terceiro tri e da produção industrial, bem como a possibilidade de novos ingressos de capital estrangeiro na próxima semana quando for finalizado o IPO da XP investimentos.

O PIB subiu 0,6% no terceiro tri ante o segundo e 1,2% ante o mesmo período de 2018, quando as medianas eram de 0,40% e 1,00%. O crescimento maior do que o esperado por boa parte do mercado e as revisões anteriores trouxeram confiança ao mercado na retomada da economia brasileira, induziu revisões para cima nas projeções de PIB em 2019 e 2020 de uma série de instituições, mas não reverteu a visão de que o BC fará um novo corte da Selic em dezembro de 0,50 pp, com divisão sobre um afrouxamento adicional em fevereiro do próximo ano. A retomada mais firme é uma das demandas dos estrangeiros para voltar a aportar recursos no País.

A alta de 0,8% da produção industrial de outubro, que veio levemente abaixo da mediana das projeções (0,9%), mas bem acima do resultado de setembro (0,30%), ajudou a apoiar a expectativa de um cenário melhor neste e no próximo ano e a retomada dos investimentos externos no País. O dado completou o quadro de maior confiança na economia configurado na véspera, quando o IBGE divulgou alta de 0,6% do PIB no terceiro tri acima do esperado (0,4%).

Após a divulgação do relatório de empregos (payroll), que mostrou que a economia americana criou 266 mil postos de trabalho em novembro, acima da mediana de 183 mil, aumentaram as expectativas por manutenção da atual faixa de juros entre 1,50% e 1,75%. Até junho do próximo ano, as apostas majoritárias segundo os contratos futuros dos Fed funds compilados pelo CME Group já apontavam estabilidade. O salário médio por hora subiu 3,1% na comparação anual de novembro, também acima da previsão (+3%). A taxa de desemprego caiu a 3,5% em novembro, melhor que a estimativa (3,6%).

O governo chinês informou que irá isentar de tarifas parte da soja, da carne de porco e de outras commodities importadas dos EUA. O Diretor do Conselho Econômico Nacional americano declarou que as conversas entre americanos e chineses são “quase diárias”, e que o acordo entre as partes está “muito próximo”. Ele ainda afirmou que caberá ao presidente dos EUA definir se haverá ou não recuo na ampliação de tarifas à China, prevista para entrar em vigor em 15 de dezembro.

Semana de 9 a 13 de dezembro

Semana de decisões de políticas monetárias no Brasil, nos EUA e na Europa. Na quarta-feira, o Copom decide o futuro da Selic e, por sua comunicação recente, a taxa básica deve ser reduzida de 5,00% para 4,50% ao ano. A aposta majoritária é de novo corte de 0,50 pp na Selic neste encontro.

Na mesma quarta-feira, o Fed também decide sobre a taxa de juros nos EUA, para a qual a expectativa é de manutenção da taxa na faixa entre 1,5% e 1,75%. Após a divulgação do relatório de emprego norte-americano de novembro, cresceram as apostas de que o juro permanecerá inalterado até julho de 2020.

Na quinta-feira haverá reunião do BCE, cuja decisão também não deverá surpreender.

Entre os dados locais, o destaque é a divulgação do IBC-Br referente a outubro, que fecha a safra dos principais indicadores de atividade daquele mês.


Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa

Estruturas a Termo de Taxas de Juros Anbima (Curvas de Juros)

Gráfico de Retorno versus Risco Renda Fixa - Tesouro Direto

Rendimentos da Renda Fixa nominais brutos do Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar e CDI

Rentabilidades da Renda Fixa (Tesouro Direto) em %CDI

Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

Comportamento das Taxas para Renda Fixa - Tesouro Direto