Análise Semanal de Renda Fixa
13/12/2019 à 20/12/2019

Resumo do Mercado de Renda Fixa: Semana 74

Highlights (Resumo):

Forte abertura das Taxas

Principais vetores: IPCA-15 mais alto que o esperado, Caged mais forte. Membros do Banco Central relatam que a retomada da economia está ganhando “tração”

Destaque: —

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

Segundo o Relatório de Mercado Focus, a expectativa de crescimento da economia em 2019 foi de 1,10% para 1,12%. Há quatro semanas, a estimativa de alta era de 0,92%. Para 2020, o mercado alterou a previsão de alta do PIB de 2,24% para 2,25%. O relatório mostrou ainda que a mediana para o IPCA este ano foi de alta de 3,84% para 3,86% e a projeção para 2020 permaneceu em 3,60%, a mesma de quatro semanas atrás. A mediana das previsões para a Selic no próximo ano seguiu em 4,50%. No grupo dos analistas que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo no Focus, a mediana da taxa básica em 2020 seguiu em 4,25% ao ano, ante 4,00% de um mês antes.

Cenário de maior cautela com os próximos passos da política monetária, em especial diante dos sinais de fortalecimento da economia e dúvidas quanto ao comportamento da inflação nos próximos meses. O IPCA-15 de dezembro subiu 1,05%, perto do teto das estimativas (+1,08%).  Houve ainda a divulgação do saldo positivo de criação de vagas pelo Caged de novembro bem acima do esperado. O resultado reforçou a cautela em relação ao futuro da Selic, ao endossar a mensagem da ata do Copom, do RTI e das declarações recentes de membros do Banco Central, de que a retomada da economia está ganhando “tração”. As apostas de pelo menos mais um corte na Selic em fevereiro continuam na mesa, mas ficaram bastante enfraquecidas.
Roberto Campos Neto citou a ata da Copom para repetir que a ociosidade da economia brasileira segue elevada, embora o BC já considere uma tração maior no ritmo de retomada da atividade. “Nosso consenso é de que o hiato do produto ainda está bastante aberto, mas alguns membros do Copom consideram que o hiato poderia fechar mais rapidamente”, completou. Já o diretor de Política Econômica do Banco Central, avaliou que o fato das projeções de inflação para os próximos anos estarem ligeiramente abaixo do centro da meta não significa necessariamente que há espaço para novas reduções na Selic. 
 
A percepção é de que o RTI e as declarações estão em linha com a sinalização da ata do Copom. O BC também reafirmou que “o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem avançado”. Ao mesmo tempo, enfatizou que “perseverar nesse processo é essencial para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia”.
 
O IPCA-15 registrou alta de 1,05% em dezembro, após ter avançado 0,14% em novembro, acima da mediana (0,96%) e dentro do intervalo (de 0,65% e 1,08%). Com o resultado, o IPCA-15 acumula um aumento de 3,91% no ano de 2019. O aumento nos preços das carnes foi o principal fator de pressão dentro da inflação medida pelo IPCA-15.
 

Dados acima do esperado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) reforçaram a leitura de retomada mais forte da economia. O saldo de 99.232 postos de trabalho em novembro foi o melhor resultado para o mês desde 2010, superando com folga o teto das estimativas (67,8 mil vagas).

 
O dólar fechou em alta na sexta-feira, a R$ 4,09. Na semana, contudo, houve queda de 0,34%. Segundo o Banco Central, as contas externas brasileiras apresentaram um rombo de US$ 45 bilhões nos 11 primeiros meses deste ano, o que representa uma alta de 27% frente ao mesmo período do ano passado. Dados como esses costumam puxar o dólar para cima, uma vez que podem significar um cenário mais negativo para o fluxo cambial.


A terceira leitura do PIB dos EUA confirmou crescimento anualizado de 2,1% no terceiro tri, enquanto o índice de preços de gastos com consumo (PCE) repetiu os números anteriores e veio em linha com as expectativas. No que diz respeito a política monetária, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, elogiou o quadro na economia, mas ressaltou a fraqueza da inflação e disse não ter pressa para elevar os juros, ainda que não projete um novo corte. Em meio às declarações, aumentaram as apostas em juro estável nos EUA em 2020. 

O mercado renovou o otimismo com as perspectivas de assinatura do acordo comercial fase 1 entre EUA e China em janeiro, com comentários nessa direção do secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin. Ele disse à CNBC que não tem dúvida e está “muito confiante” de que o documento que selará uma trégua entre os dois países será firmado no início do próximo mês.

 
Semana de 23 a 27 de dezembro

Agenda sem destaques na semana encurtada pelo feriado de Natal na quarta-feira. No Brasil, o calendário é concentrado na sexta, quando devem sair a Pnad Contínua, a nota de crédito do Banco Central e o resultado do Governo Central, todos referentes a novembro. Além disso, está prevista a divulgação de vários indicadores de confiança do comércio, da indústria e do setor de serviços referentes a dezembro.
 

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa

Estruturas a Termo de Taxas de Juros Anbima (Curvas de Juros)

Gráfico de Retorno versus Risco Renda Fixa - Tesouro Direto

Rendimentos da Renda Fixa nominais brutos do Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar e CDI

Rentabilidades da Renda Fixa (Tesouro Direto) em %CDI

Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

Comportamento das Taxas para Renda Fixa - Tesouro Direto