A pesquisa Focus (dia 13) mostrou que a previsão para o IPCA neste ano foi reduzida de alta de 3,60% para 3,58%. A projeção para o índice em 2021 seguiu em 3,75%. As projeções para a Selic no fim de 2020 foram mantidas em 4,50% ao ano. Já a projeção para a Selic no fim de 2021 foi de 6,50% para 6,25%. A expectativa de crescimento da economia em 2020 seguiu em 2,30%. Para 2021, o mercado manteve a previsão de expansão do PIB em 2,50%. O câmbio para fim de 2020 passou de R$ 4,09 para R$ 4,04, enquanto para fim de 2021 permaneceu em R$ 4,00.
A produção industrial caiu 1,2% em novembro ante outubro, na série com ajuste sazonal, abaixo da mediana (-0,50%) e dentro do intervalo das previsões, de queda de 1,60% a avanço de 0,40%. Em relação a novembro de 2018, a produção caiu 1,7%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de uma queda de 1,90% a alta de 2,0%, com mediana negativa de 0,70%. O fraco desempenho da produção industrial acendeu alerta sobre o ritmo de recuperação da atividade doméstica.
A inflação medida pelo IPCA fechou dezembro com alta de 1,15%, ante um aumento de 0,51% em novembro, superando a mediana que era positiva em 1,08%. O intervalo de previsões ia de 0,70% a 1,18%. A taxa acumulada pela inflação no ano de 2019 foi de 4,31%, também acima da mediana (4,24%), dentro das projeções (3,84% a 4,34%), e um pouco superior ao centro da meta de inflação (+4,25%). Sem a pressão das carnes, no entanto, o IPCA de dezembro teria subido 0,64% e o de 2019 teria ficado em 3,54%. Apesar do resultado, a percepção de que a inflação de 2020 voltará a ficar aquém do centro da meta (4,0%) não mudou, principalmente porque a pressão decorreu de carnes, que já mostram sinais de arrefecimento.
Após um resultado fraco da produção industrial de novembro (-1,2%) e um IPCA mais forte em dezembro, o mercado segue dividido sobre se o Copom deve manter a Selic em 4,5% ou reduzi-la para 4,25% na reunião de fevereiro.
Na semana, o dólar acumulou alta de 0,93%, marcando a segunda semana consecutiva de valorização.
O humor nos mercados melhorou após a temperatura do risco geopolítico no Oriente Médio baixar, tanto pelo discurso do presidente americano ao não sinalizar respostas drásticas ao ataque do Irã a bases usadas pelos EUA no Iraque, quanto indicação do chanceler iraniano de que o Irã não quer guerra.
Os EUA criaram em dezembro menos postos de trabalho (145 mil) que o esperado (160 mil) e a alta dos salários por hora também ficou aquém das previsões. Na curva de juros americana, o efeito foi de achatamento entre os vencimentos de dois e dez anos.
Semana de 13 a 17 de janeiro
Essa semana o mercado vai monitorar os eventos no conflito entre EUA e Irã e a esperada assinatura da “fase 1” do acordo entre americanos e chineses. Liu He, vice-primeiro-ministro da China, chefiará uma delegação do governo de Pequim que deverá validar o documento em solenidade que contará com o presidente Donald Trump.
A agenda de indicadores no exterior contempla dados de inflação nos EUA e uma série de números da economia da China, entre eles o PIB do quarto tri e de 2019 e do comércio exterior.
Internamente, a semana será de divulgação de dados da atividade relativos ainda a novembro, como a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) e o Índice de atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que contribuirão para os prognósticos sobre o pulso da economia no quarto tri. Apesar de os índices serem de novembro, serão acompanhados com maior atenção pelo mercado, depois da frustração com a produção industrial daquele mês, que colocou dúvidas quanto ao ritmo de expansão da economia brasileira.
Fonte: Broadcast