A pesquisa Focus (3) voltou a apontar redução nas estimativas do mercado da magnitude da contração do PIB este ano de -5,77% para -5,66%. Já a projeção para IPCA de 2020 foi reduzida de alta de 1,67% para 1,63%.

No mercado de juros, as apostas de corte de 25 pontos-base da Selic, para 2% ao ano, na reunião do Copom no dia 05 de agosto estão bem consolidadas segundo a precificação da curva a termo, mas cresceu a probabilidade de queda de igual magnitude também em setembro, e ainda a percepção de que a taxa básica seguirá baixa por um período longo, diante da ausência de pressões inflacionárias e da retomada econômica gradual. O IPCA-15 de julho muito abaixo do previsto, as declarações de diretores do Banco Central, as perspectivas de avanço da agenda das reformas e de que o governo não deve perder o controle das contas fiscais ajudaram a balizar as apostas de corte.

No mês de julho a curva seguiu tendo alívio e desinclinando diante de menores conflitos políticos e sinais de impacto menos acentuado do que se temia do coronavírus na economia. A evolução da agenda de reformas e o clima político mais ameno conseguiram ancorar as taxas ao longo do período, a despeito ainda do cenário externo de cautela com o avanço da covid-19 e seus impactos nas economias, e riscos geopolíticos nas relações entre a China e EUA.

O dólar fechou a semana cotado em R$ 5,2170, terminou julho acumulando queda de 4,03% e com desempenho melhor que a maioria de seus pares. O enfraquecimento do dólar no exterior para os menores níveis desde 2018 teve peso determinante.
No mercado doméstico, o ambiente político menos tenso e o andamento da reforma tributária ajudaram o real a se destacar. A entrada de recursos externos para as várias ofertas de ações de julho também ajudou.

Analistas têm apontado para uma tendência global de desvalorização da moeda dos EUA com a aceleração da pandemia no país, a percepção de que a Europa sairá da crise mais rápido, a incerteza da eleição presidencial americana e a política monetária acomodatícia do Fed, que ressaltou que os juros continuarão na faixa entre 0% e 0,25% ao ano por muito tempo, até que a economia americana esteja em um processo vigoroso de recuperação da recessão provocada pela pandemia do coronavírus e indicou a manutenção dos estímulos monetários por um período prolongado.
 
Dados dos EUA reacenderam alertas em relação ao ritmo de retomada da economia americana e global. O PIB do país confirmou a contração no segundo tri em ritmo forte (32,9%) em termos anualizados e no pior resultado para o período desde 1947 (início da série histórica), enquanto os pedidos de auxílio-desemprego subiram pela segunda semana consecutiva.

Semana de 03 a 07 de agosto

A semana tem como destaque na agenda doméstica a decisão sobre juros no Brasil. Na quarta-feira (5), o Copom define o futuro da Selic, atualmente em 2,25% ao ano. Tanto na precificação da curva de juros quanto entre os profissionais nos Departamentos Econômicos há consenso em torno de um corte de 0,25 ponto porcentual. Na terça-feira (4), o IBGE divulga a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) referente a junho e, depois, na sexta-feira (7), o IPCA de julho.

No exterior, a expansão da Covid-19 pelo mundo, o noticiário em torno da eleição presidencial norte-americana e da tensão geopolítica entre China e EUA seguirão no radar. Na agenda, o ponto alto é a divulgação do relatório de emprego nos EUA de julho, com os números do payroll, na sexta-feira (7). Além disso, estão previstos para saírem ao longo da semana dados da economia da China, entre eles os de comércio exterior em julho.

Fonte: Broadcast