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Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 97

Highlights (Resumo):

FORTE queda nas Taxas de Juros.

Principais vetores: Declarações do presidente do Banco Central, inflação surpreendendo positivamente e piora nas expectativas sobre a atividade. O campo político não trouxe alardes negativos.

Destaque: Presidente do Bacen. Até o Prefixado 2025 as taxas tocaram as mínimas dos 12 meses (vide gráfico das Curvas).

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

Na esteira dos dados mais recentes de atividade, a expectativa para a economia este ano piorou, conforme o Relatório de Mercado Focus.

As taxas de curto prazo renovaram mínimas históricas de fechamento sob forte influência das declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, consideradas dovish e que colocaram a aposta de corte de 0,75 ponto da Selic no Copom de junho na curva como amplamente majoritária. As demais taxas longas também caíram.

Campos Neto disse que a política monetária no Brasil “não está exaurida” e que seus instrumentos ainda não se esgotaram. Descartou o uso de outras ferramentas agora porque podem causar prejuízo, e mostrou otimismo sobre a aprovação de reformas estruturantes no segundo semestre. Também disse que o BC seguirá com as intervenções no câmbio e citou a incerteza em relação à duração do isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus.

No balanço de maio, a curva de juros teve comportamento positivo, com devolução de prêmios, e manteve basicamente o nível de inclinação com que terminou abril. No dia 30 de abril, o spread entre os contratos para janeiro de 2027 e janeiro de 2022 estava em 380 pontos e fechou maio em 377. O alívio teve relação mais forte com o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, que parece não ter comprometido tanto o presidente quanto se temia.

O IPCA-15 registrou queda de 0,59% em maio, o mais baixo da história do Plano Real, após ter recuado 0,01% em abril. O resultado mostrou deflação abaixo do piso das estimativas que iam desde uma queda de 0,57% a estabilidade (0,00%), com mediana negativa de 0,47%. Com o resultado, o IPCA-15 acumulou um aumento de 0,35% no ano de 2020. A taxa em 12 meses passou de 2,92% em abril para 1,96% em maio, o resultado mais baixo desde fevereiro de 1999, quando a taxa foi de 1,80%, sendo que o piso da meta de inflação para 2020 é de 2,50%.

O PIB do primeiro tri negativo, queda de 1,5% ante o trimestre anterior, exatamente como mostrava a mediana, embora esperado coloca fim à recuperação econômica em curso segundo o Ministério da Economia. A pasta diz que, passada a pandemia, o País terá que enfrentar o desemprego, o aumento da pobreza, o grande número de falências e a necessidade de um mercado de crédito mais eficiente.
O dado em si não mexeu com as taxas até porque se sabe que o pior está por vir no segundo trimestre, quando a covid-19 provocou os maiores estragos na economia.

Os dados do Caged voltaram a ser apresentados após quatro meses sem divulgação dos números. O resultado de abril foi chocante mas compreensível diante da pandemia, e sustenta a percepção de que há espaço para o Copom repetir em junho o corte da Selic de 0,75 ponto porcentual. Houve fechamento de 860.503 vagas no mês e saldo líquido negativo de 763.232 empregos com carteira assinada de janeiro a abril, que representam os piores resultados da série histórica. Todos os setores econômicos registraram saldo negativo de empregos em abril, mês inteiramente afetado pela pandemia do novo coronavírus. A taxa de desemprego ficou em 12,6% no trimestre encerrado em abril, de acordo com os dados da Pnad Contínua, no piso do intervalo das estimativas (12,6% a 15,0%).

Na seara política, a Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais 30 dias para concluir as investigações do inquérito que apura se o presidente tentou interferir politicamente na corporação.  A crise institucional entre o presidente e o STF esteve no radar. O embate acirrou-se após a operação da PF que teve como alvos empresários e políticos próximos ao presidente, em inquérito que apura ataques e fake news contra ministros da Corte.

O dólar caiu 1,83% em maio, o primeiro mês de 2020 que fecha em queda. A última baixa mensal havia sido em dezembro de 2019. A moeda americana também acumulou a segunda semana seguida de desvalorização. O dólar à vista fechou a semana em queda de 0,82%, a R$ 5,3389. Apesar da queda no mês, o dólar fechou maio acumulando valorização de 33% em 2020, com o real ainda mantendo o pior desempenho ante o dólar nos principais mercados emergentes.

A entrevista de Donald Trump sobre a China, que havia gerado apreensão, não trouxe maiores novidades sobre medidas de retaliação da Casa Branca ao país asiático. Um dos temores era de que Trump fosse anunciar nova rodada de aumento de tarifas ou alterasse o acordo comercial fase 1, o que pioraria ainda mais a relação entre Washington e Pequim. Nas mesas de câmbio persiste ainda a cautela com o ambiente político.

O PIB dos EUA se contraiu à taxa anualizada de 5,0% no primeiro tri de 2020, evidenciando o impacto da pandemia de coronavírus na maior economia do mundo, de acordo com a segunda leitura do indicador. O resultado ficou abaixo da previsão de queda de 4,8%. O índice de preços de gastos com consumo (PCE) avançou à taxa anualizada de 1,3% no primeiro tri, como informado na primeira leitura. Já o núcleo do PCE, que desconsidera preços de alimentos e energia, subiu 1,6% no mesmo período, abaixo dos 1,8% na primeira leitura.

Semana de 1° a 5 de junho

Nos próximos dias, em termos locais, o mercado manterá atenções no quadro político, em especial em eventuais desdobramentos das tensões entre o presidente e o Supremo Tribunal Federal (STF) e no noticiário relacionado ao inquérito das fake news. Na agenda de indicadores, o destaque é a divulgação dos dados da produção industrial de abril na quarta-feira (3), que devem ajudar na avaliação sobre a gravidade da crise no segundo trimestre, período em que a pandemia do coronavírus atingiu em cheio o País.

No exterior, os holofotes estão sobre possíveis medidas dos EUA contra a China, depois das críticas pesadas feitas pelo presidente Donald Trump ao país asiático. O investidor acompanha também as etapas de reabertura das economias pelo mundo e de flexibilizações de isolamento social. Na agenda, haverá reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) na quinta (4) e divulgação dos dados do mercado de trabalho, incluindo o payroll, nos EUA, na sexta (5). Ao longo da semana, serão divulgados Índices de Gerente de Compra (PMIs) nos Estados Unidos, China, Europa e Brasil.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa

Curvas de Juros do Tesouro Direto

Gráfico de Retorno versus Risco Renda Fixa - Tesouro Direto

Rendimentos e Volatilidade da Renda Fixa: Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

Retornos Mensais e 12 Meses Ordenado

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI