Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 112

Curva de Juros Futuro do DI em 04/09/2020

Curva de Juros Futuro do DI em 11/09/2020

Highlights (Resumo):

Altas nas Taxas de Juros e Ganho de inclinação.

Principal(is) vetor(es): Quadro Fiscal interno, e externamente, o desconforto com os impasses nas negociações do Congresso americano para o pacote fiscal trilionário, pessimismo sobre o acordo comercial pós-Brexit, dúvidas sobre a valorização das techs e incertezas sobre a eleição nos EUA.

Destaque(s):  Quadro Fiscal e os EUA.

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

Em meio a sinais de repique de inflação, a pesquisa Focus mostra o mercado revisando para cima suas projeções para IPCA em 2020, de 1,78% para 1,94%. A projeção de queda do PIB por sua vez, voltou a melhorar, passando de -5,31% para -5,11%.

No balanço da semana a curva de juros teve aumento de inclinação. O spread entre os DIs para janeiro de 2022 e janeiro de 2027 voltou a superar 400 pontos, fechando em 412 pontos de 390 na última sexta-feira (4). O DI para janeiro de 2027 foi a 6,97%, se aproximando do nível visto no fim de maio. Foi uma semana de números mais fortes de inflação e atividade (acentuada aceleração da primeira prévia do IGP-M e vendas do varejo bem acima da mediana estimada), além do megaleilão histórico de títulos prefixados do Tesouro.

No Brasil seguem presentes as dúvidas relacionadas ao cenário fiscal, dadas as ameaças ao teto de gastos que ampliam a expectativa com relação a um desfecho para o programa Renda Brasil. No exterior, desconforto com os impasses nas negociações do Congresso americano para o pacote fiscal trilionário,  pessimismo sobre o acordo comercial pós-Brexit, dúvidas sobre a valorização das techs e incertezas sobre a eleição nos EUA também contribuiram para a abertura da curva de juros.

A inflação medida pelo IPCA fechou agosto com alta de 0,24%, ante um avanço de 0,36% em julho. O resultado ficou dentro do intervalo, alta entre 0,16% e 0,33%, com mediana positiva de 0,25%. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 0,70% e em 12 meses o resultado foi de 2,44%, bem abaixo da meta de 4% perseguida pelo Banco Central este ano.

O dólar fechou a semana a R$ 5,3334 acumulando alta de 1,1%, interrompendo duas semanas consecutivas de quedas. A piora das bolsas americanas, que desencadeou um movimento de fuga de ativos de riscos de países emergentes teve peso importante para a valorização da moeda na economia mundial, junto com o impasse no Congresso americano sobre um pacote de socorro fiscal e a piora da relação entre a Casa Branca e Pequim. No mercado doméstico, nova rodada de ofertas de ações e emissões externas têm dado algum alívio pontual, mas a preocupação fiscal segue impedindo fortalecimento mais firme do real. Em setembro o dólar acumula queda de 2,72%, mas no ano dispara 32,9%, com o real seguindo na lista de divisas com o pior desempenho em meio às dúvidas quanto à austeridade fiscal no Brasil e falta de previsibilidade quanto à agenda de reformas .


Semana de 14 a 18 de setembro


A semana tem várias reuniões de política monetária na agenda, com decisões sobre juros no Brasil, Estados Unidos, Japão e Inglaterra. Aqui, com o mercado amplamente posicionado para a manutenção da Selic em 2%, fica no radar a sinalização do comunicado do Copom sobre o que vem depois. Nos EUA, não há expectativa de mudança do atual patamar do juro entre zero e 0,25%, com as atenções voltadas ao detalhamento da revisão da política monetária anunciada pelo presidente do Fed no simpósio de Jackson Hole no fim de agosto.

Entre os indicadores, no Brasil o destaque é a divulgação do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de julho na segunda-feira (14), que servirá para nortear o estágio da recuperação econômica no terceiro tri. No exterior, serão divulgados ao longo da semana dados da atividade nos EUA, na China e na zona do euro.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Curvas de Juros do Tesouro Direto

Gráfico de Retorno versus Risco Renda Fixa - Tesouro Direto

Rendimentos e Volatilidade da Renda Fixa: Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

Retornos Mensais e 12 Meses Ordenado

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI