Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 113

Curva de Juros Futuro do DI em 11/09/2020

Curva de Juros Futuro do DI em 18/09/2020

Highlights (Resumo):

Nova Alta nas Taxas de Juros e Ganho de inclinação.

Principal(is) vetor(es): O aumento da percepção de risco fiscal com o vaivém sobre os programas sociais que podem ameaçar o teto de gastos, a preocupação com a gestão da dívida pelo Tesouro Nacional. Externamente, o aumento da aversão ao risco trouxe ainda mais pressão aos nossos juros.

Destaque(s): Risco Fiscal e Piora na aversão ao risco mundial. Fiquem de olho na LFT!

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

Em meio a sinais de repique de inflação, a pesquisa Focus mostra o mercado revisando para cima suas projeções para IPCA em 2020, de 1,78% para 1,94%. A projeção de queda do PIB por sua vez, voltou a melhorar, passando de -5,31% para -5,11%.

No balanço da semana a curva de juros teve aumento de inclinação. O spread entre os DIs para janeiro de 2022 e janeiro de 2027 voltou a superar 400 pontos, fechando em 412 pontos de 390 na última sexta-feira (4). O DI para janeiro de 2027 foi a 6,97%, se aproximando do nível visto no fim de maio. Foi uma semana de números mais fortes de inflação e atividade (acentuada aceleração da primeira prévia do IGP-M e vendas do varejo bem acima da mediana estimada), além do megaleilão histórico de títulos prefixados do Tesouro.

O cenário externo negativo tampouco ajudou. Um movimento técnico em Nova York, o chamado “quadruple witching”, potencializou a aversão ao risco na tarde da sexta-feira (18), em uma semana que também teve ausência de sinalizações de estímulos monetários por parte dos principais bancos centrais, aumento de casos de covid-19 na Europa,  o comportamento dos papéis de tecnologia, tudo isso somado à cautela com as eleições dos EUA daqui a 1 mês e meio, e os entraves políticos em Washington.

O mercado já esperava a manutenção da Selic após nove cortes seguidos, mas imaginava que  o comunicado viria mais hawkish fechando a porta para mais cortes, o que não aconteceu. O Copom endossou o forward guidance de que não pretende reduzir o grau de estímulo monetário e não descartou a possibilidade de voltar a cortar a Selic após mantê-la em 2%.  O colegiado admitiu que a inflação deve se elevar no curto prazo devido à alta nos preços dos alimentos, mas apontou que o movimento deve ser temporário.

A divisa americana à vista subiu na sexta-feira (18) aos R$ 5,3776, salto de 2,79% na sessão, o maior ganho diário desde 24 de junho, e alta semanal de 0,83%. Novos indícios de piora da relação entre EUA e China, aumento de casos de coronavírus na Europa e ainda preocupações com a retomada da atividade econômica americana ajudaram a pressionar as moedas de emergentes. As incertezas do ambiente internacional se somaram com as crescentes preocupações fiscais com o Brasil que ajudam a enfraquecer mais a moeda brasileira na comparação com seus pares.

Além do comunicado do Federal Reserve reforçar a sinalização que os fed funds futuros permanecerão baixos nos próximos anos, o presidente da instituição, Jerome Powell, reafirmou o compromisso em apoiar a recuperação econômica, prometendo juros baixos até que sejam alcançadas as metas de máximo emprego e inflação média a 2% no longo prazo. Os juros nos EUA não devem subir ao menos até 2023.

Semana de 21 a 25 de setembro

A semana tem como destaques na agenda doméstica a divulgação da ata da reunião de setembro do Copom na terça-feira (22) e do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) na quinta-feira (24). Entre os indicadores, o IBGE  informa na quarta-feira (23) o IPCA-15 de setembro.

No exterior, o presidente do Fed, Jerome Powell, volta à cena para testemunhos no Congresso americano na quarta e na quinta. E ainda serão conhecidos Índices de Gerentes de Compras (PMIs) de várias economias ao longo da semana, incluindo EUA e zona do euro, na leitura preliminar de setembro.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Curvas de Juros do Tesouro Direto

Gráfico de Retorno versus Risco Renda Fixa - Tesouro Direto

Rendimentos e Volatilidade da Renda Fixa: Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

Retornos Mensais e 12 Meses Ordenado

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI