Na sexta-feira (13) houve alívio de prêmios na curva de juros, influenciado também pelas declarações do ministro da Economia em defesa das reformas, austeridade fiscal e do teto de gastos, após ter elevado a pressão nos últimos dias ao falar de hiperinflação e “certeza” de prorrogação do auxílio emergencial para 2021 na eventualidade de segunda onda de covid-19 no País.
Fabio Kanczuk, diretor de Política Econômica do Banco Central, em reunião com representantes de várias instituições financeiras, reforçou a mensagem dos documentos do BC em relação ao forward guidance, que indica manutenção da Selic nos atuais 2% por um longo período.
O resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de setembro foi positivo, com alta de 1,29% ante agosto, acima da mediana das estimativas (1,0%), subiu 9,47% no terceiro tri, na margem, também acima das expectativas (teto de 9,40%), mas não chegou a influenciar os negócios.
A pesquisa sobre o setor de serviços foi monitorada e não chegou a pesar sobre os negócios. O volume de serviços prestados subiu 1,8% em setembro ante agosto, acima da mediana de 1,6%, desacelerando da alta de 2,9% em agosto, mas não o suficiente para alterar o quadro de apostas para a Selic. A expectativa majoritária para o Copom de dezembro é de estabilidade.
O dólar fechou a semana em R$ 5,4756, acumulando alta de 1,5% e devolvendo parte da queda da semana passada, quando recuou 6%. Os últimos dias foram marcados por forte volatilidade no mercado de câmbio e pela volta ao radar das preocupações fiscais com o Brasil, após uma trégua em meio às eleições americanas e notícias positivas sobre vacinas. As principais dúvidas do mercado sobre o orçamento brasileiro continuam sem resposta, sendo a principal delas como o governo pretende financiar seus programas sociais em 2021.
Semana de 16 a 20 de novembro
No Brasil, a previsão é de que o governo consiga retomar a pauta econômica no Congresso a partir da terça-feira (17), passado o primeiro turno das eleições municipais, o que pode fazer andar as reformas e vários projetos parados na Câmara e no Senado. A agenda de indicadores doméstica é esvaziada, mas há expectativa em torno da divulgação dos números da arrecadação.
A agenda internacional contempla uma bateria de dados da economia chinesa, entre eles produção industrial e vendas do varejo. Nos EUA, haverá uma série de discursos de dirigentes do Fed, incluindo o presidente da instituição, Jerome Powell. Além da agenda, todo o noticiário em torno da produção de vacinas contra o coronavírus e da evolução da covid-19 pelo mundo seguirá também em primeiro plano. Ainda, o mercado aguarda novidades com relação ao pacote fiscal americano.