A leitura negativa das declarações do ministro da Economia, sobre a possibilidade de vender parte das reservas cambiais para reduzir a dívida pública e de que vai retomar a discussão sobre aumento de impostos depois das eleições, aumentou a desconfiança sobre a real força do governo para resolver a questão das contas públicas e dar andamento à agenda de reformas.
Na reunião do Banco Central com analistas, uma parte do mercado se mostrou preocupado com a dinâmica inflacionária, com receio crescente de que a alta da inflação se mostre mais persistente do que temporária como analisa o BC, seja por causa da recuperação da atividade, seja pela continuidade de repasses de custos na oferta.
A moeda americana encerrou a sexta-feira (20) cotada a R$ 5,3858. No acumulado semanal, a variação é negativa em 1,64%. A posição defensiva tomada pelo mercado foi influenciada também pela percepção da dificuldade de se encontrar uma solução para o problema fiscal e sobre quais caminhos o governo deve adotar para tentar domar a expansão da dívida pública, após o ministro da Economia ter dito que é possível vender reservas para abater parte do endividamento que deve encerrar 2020 muito perto de 100% do Produto Interno Bruto.
Semana de 23 a 27 de novembro
Semana mais curta para os mercados americanos, em função do feriado do Dia de Ação de Graças na quinta-feira (26) que antecede a Black Friday. O mercado mantém no radar o noticiário em torno do avanço da segunda onda de Covid pelo mundo e, ao mesmo tempo, aquele sobre a corrida pelas vacinas. Ainda, retoma as esperanças no retorno das negociações para o pacote fiscal nos EUA. Na agenda internacional, a divulgação da ata do Fed na quarta-feira (25) é o destaque.
No Brasil, enquanto o segundo turno das eleições municipais entra na reta final, o mercado acompanha a movimentação em Brasília, na expectativa pelo andamento da pauta que está parada no Congresso e que pode abrir caminho para posterior votação das reformas estruturais. O calendário de indicadores inclui o IPCA-15 e o IGP-M do mês e a taxa de desemprego da Pnad Contínua do trimestre até setembro, e, ainda a ser confirmado, o saldo do Caged de outubro.