Influenciaram na trajetória de desinclinação da curva de juros:
- a perspectiva de avanço da pauta econômica e andamento das reformas na Câmara e no Senado, agora sob o comando de nomes alinhados ao Planalto,
- as declarações do presidente Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmando compromisso com a disciplina fiscal,
- o êxito do Tesouro no leilão de NTN-B de longo prazo, reforçando a percepção de otimismo com o Brasil,
- a greve dos caminhoneiros mais fraca do que se imaginava,
- e o alívio no dólar.
Embora o possível retorno do auxílio emergencial e questões sobre o financiamento dele fiquem no radar, agradou ao mercado o senso de responsabilidade fiscal demonstrado pelos novos comandantes do Congresso, que afirmaram buscar uma solução dentro do teto de gastos.
A aceleração mais acentuada do IGP-DI em janeiro (2,91%), após um avanço de 0,76% em dezembro de 2020, elevou a expectativa pela divulgação do IPCA de janeiro na terça-feira (9), que deve ficar em 0,30% de acordo com a mediana das estimativas.
A moeda americana acumulou queda de 1,66% em uma semana com muita volatilidade, oscilando de R$ 5,32 a R$ 5,50 e encerrando cotada a R$ 5,3837 no mercado à vista. Foi a segunda semana consecutiva de baixa, mas ainda sobe 3,8% em 2021, mantendo o real como pior divisa no mercado internacional.
Ajudaram na queda do dólar:
- declarações do presidente Bolsonaro negando interferência do Planalto na política de preços dos combustíveis da Petrobras,
- e do ministro Paulo Guedes reafirmando o compromisso do governo com a disciplina fiscal, controle de despesas e de não elevar impostos,
- e a queda do dólar no mercado internacional respondendo à frustração com o relatório de emprego dos EUA de janeiro, o payroll, mais fraco que o esperado.
Semana de 08 a 12 de fevereiro
A movimentação do Congresso em torno da agenda de reformas seguirá no radar do mercado. Na agenda de indicadores, os destaques são o IPCA de janeiro na terça-feira (9) e os últimos dados de atividade referentes a dezembro e a 2020, tais como a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) na quarta-feira (10), a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) na quinta-feira (11), além do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) na sexta-feira (12), que devem trazer ajustes nas apostas para o Copom.
No exterior saem dados de inflação nos EUA e na China, e na quarta-feira haverá discurso do presidente do Fed, Jerome Powell.