Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 137

Curva de Juros Futuro do DI em 05/03/2021

Curva de Juros Futuro do DI em 26/02/2021

Highlights (Resumo): Forte Queda nas Taxas de Juros.

Principal(is) vetor(es): Melhora na percepção de risco fiscal após a aprovação da PEC Emergencial no Senado e alívio dos juros dos Treasuries.

Destaque(s):  Risco Fiscal e EUA.

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

O Relatório de Mercado Focus (08) mostrou elevação da previsão para o IPCA em 2021 pela nona semana consecutiva. A mediana este ano foi de alta de 3,87% para 3,98%. Há um mês estava em 3,60%. A projeção para a inflação já está acima do centro da meta de 2021, de 3,75%.

Os juros futuros encerraram uma semana de alta volatilidade com perda de inclinação na curva a termo, apoiada pela melhora na percepção de risco fiscal após a aprovação da PEC Emergencial no Senado e alívio dos juros dos Treasuries. O spread entre os contratos DI jan/22 e jan/27 fechou em 379 pontos-base, de 409 pontos na sexta-feira anterior (26), após saltar a até 441 pontos na quarta-feira (03).

 

As ordens de venda após a curva ter acumulado volume expressivo de prêmios nas últimas semanas foram influenciadas:

  • pelo efeito positivo da aprovação no Senado da PEC que vai assegurar o pagamento do auxílio emergencial, sem fatiamento e com respeito ao teto de gastos,
  • pela trégua na escalada dos juros dos Treasuries, que chegaram a disparar após a divulgação da criação de empregos acima do esperado nos EUA, em meio à expectativa de alta inflacionária no país e antecipação do aperto monetário,
  • pela decisão do Ministério da Saúde de comprar as vacinas contra a Covid-19 da Pfizer e da Janssen,
  • e pela forte redução dos lotes ofertados pelo Tesouro nos leilões de prefixados e NTN-B.

Nos DIs, a aposta em um choque de juros do começo da semana, aumento de 75 pontos-base da Selic no Copom de março, se dissipou. A aposta majoritária de uma alta de 0,50 ponto porcentual voltou a prevalecer.

A produção industrial em janeiro dentro do consenso das estimativas e a queda histórica do PIB em 2020, porém menor do que o esperado, ficaram em segundo plano.

O dólar à vista encerrou a semana cotado em R$ 5,6835, acumulando alta de 1,39%, a terceira seguida de ganhos. Em 2021, a valorização da moeda americana alcançou 9,54%, com o real mantendo o pior desempenho dos emergentes.

O combo cenário externo/doméstico não têm ajudado o câmbio nos últimos pregões:

  • ampliação do rendimento dos Treasuries dos EUA, o T-Note 10 anos atingiu 1,6%, o nível mais alto em um ano, em meio ao sentimento sobre a recuperação da economia americana com a vacinação acelerada contra covid-19 e os estímulos fiscais, que podem gerar mais inflação e alta de juros.
  • a aprovação da PEC Emergencial no Senado mantendo o Bolsa Família dentro do teto de gastos trouxe alívio, mas a percepção é que o risco fiscal ainda segue alto no Brasil,
  • cautela do mercado com o avanço da pandemia no Brasil e atraso na vacinação,
  • e as perspectivas para a recuperação da economia interna piorando.

Semana de 8 a 12 de março

Após aprovação da PEC Emergencial em dois turnos no Senado, as atenções do mercado se voltam para a votação do texto-base na Câmara, prevista pelo presidente da Casa para quarta-feira (10).

Na agenda doméstica, teremos os dados do Caged, o resultado das vendas do varejo e o do setor de serviços, e o IBC-Br, todos relativos a janeiro. Haverá ainda divulgação da Pnad Contínua do quarto tri de 2020 e o IPCA de fevereiro na quinta-feira (11).

No exterior, as atenções seguirão no comportamento dos Treasuries, que estão antecipando pressões inflacionárias em meio a sinais de crescimento da economia e ao pacote fiscal. O índice de preços ao consumidor (CPI) de fevereiro dos EUA será divulgado na quarta-feira. Na Europa, o BCE se reúne na quinta-feira para decidir sobre a política monetária. A agenda traz ainda ao longo da semana, o PIB final da área do euro e do Japão no quarto tri.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

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Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

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