As ordens de venda após a curva ter acumulado volume expressivo de prêmios nas últimas semanas foram influenciadas:
- pelo efeito positivo da aprovação no Senado da PEC que vai assegurar o pagamento do auxílio emergencial, sem fatiamento e com respeito ao teto de gastos,
- pela trégua na escalada dos juros dos Treasuries, que chegaram a disparar após a divulgação da criação de empregos acima do esperado nos EUA, em meio à expectativa de alta inflacionária no país e antecipação do aperto monetário,
- pela decisão do Ministério da Saúde de comprar as vacinas contra a Covid-19 da Pfizer e da Janssen,
- e pela forte redução dos lotes ofertados pelo Tesouro nos leilões de prefixados e NTN-B.
Nos DIs, a aposta em um choque de juros do começo da semana, aumento de 75 pontos-base da Selic no Copom de março, se dissipou. A aposta majoritária de uma alta de 0,50 ponto porcentual voltou a prevalecer.
A produção industrial em janeiro dentro do consenso das estimativas e a queda histórica do PIB em 2020, porém menor do que o esperado, ficaram em segundo plano.
O dólar à vista encerrou a semana cotado em R$ 5,6835, acumulando alta de 1,39%, a terceira seguida de ganhos. Em 2021, a valorização da moeda americana alcançou 9,54%, com o real mantendo o pior desempenho dos emergentes.
O combo cenário externo/doméstico não têm ajudado o câmbio nos últimos pregões:
- ampliação do rendimento dos Treasuries dos EUA, o T-Note 10 anos atingiu 1,6%, o nível mais alto em um ano, em meio ao sentimento sobre a recuperação da economia americana com a vacinação acelerada contra covid-19 e os estímulos fiscais, que podem gerar mais inflação e alta de juros.
- a aprovação da PEC Emergencial no Senado mantendo o Bolsa Família dentro do teto de gastos trouxe alívio, mas a percepção é que o risco fiscal ainda segue alto no Brasil,
- cautela do mercado com o avanço da pandemia no Brasil e atraso na vacinação,
- e as perspectivas para a recuperação da economia interna piorando.
Semana de 8 a 12 de março
Após aprovação da PEC Emergencial em dois turnos no Senado, as atenções do mercado se voltam para a votação do texto-base na Câmara, prevista pelo presidente da Casa para quarta-feira (10).
Na agenda doméstica, teremos os dados do Caged, o resultado das vendas do varejo e o do setor de serviços, e o IBC-Br, todos relativos a janeiro. Haverá ainda divulgação da Pnad Contínua do quarto tri de 2020 e o IPCA de fevereiro na quinta-feira (11).
No exterior, as atenções seguirão no comportamento dos Treasuries, que estão antecipando pressões inflacionárias em meio a sinais de crescimento da economia e ao pacote fiscal. O índice de preços ao consumidor (CPI) de fevereiro dos EUA será divulgado na quarta-feira. Na Europa, o BCE se reúne na quinta-feira para decidir sobre a política monetária. A agenda traz ainda ao longo da semana, o PIB final da área do euro e do Japão no quarto tri.
Fonte: Broadcast