Contribuíram para o aumento de prêmio na parte curta e intermediária:
- o ajuste à estratégia agressiva do Copom de fazer um ciclo mais rápido com uma elevação maior da Selic agora,
- o colapso do sistema de Saúde no País com vacinação em atraso, lockdowns em várias cidades e o impacto sobre as contas públicas, num quadro de enfraquecimento da atividade que exija mais apoio fiscal do governo,
- o cenário de expressivas revisões em alta das expectativas do mercado para a inflação,
- os ruídos políticos envolvendo a troca de comando no Ministério da Saúde,
- e o quadro fiscal agravado pela concessão de auxilio emergencial sem contrapartidas fiscais relevantes.
Algumas instituições promoveram revisões nas estimativas para o ciclo total de alta este ano. Outras preferiram esperar detalhes da Ata e do RTI. A Focus aponta Selic de 5% no fim de 2021 e a precificação da curva acima de 6%, com elevação de 1 ponto porcentual para o Copom de maio e de 0,75 ponto para junho.
O Fed manteve sua postura dovish e sinalizou que os juros seguirão baixos até 2023. O presidente da instituição, Jerome Powell, disse que vê a alta da inflação como pontual e que não reduzirá o impulso monetário por causa disso, e declarou também que “até emitirmos sinal claro, não considerem que estamos a caminho de retirar estímulos”.
O dólar encerrou a sexta-feira cotado a R$ 5,4853 no mercado à vista, acumulando queda de 1,34% na semana e alta de 5,7% no ano refletindo:
- a decisão do Banco Central de elevar a Selic em ritmo mais forte,
- a perspectiva de um aperto monetário mais rápido e intenso podendo chegar a 1 pp na próxima reunião em maio e não 0,75pp,
- as intervenções no câmbio do BC,
- a expectativa de entrada maior de fluxo do exterior com aumento do diferencial de juros interno e externos,
- além de desmonte de posições defensivas.
Semana de 22 a 26 de março
Internamente, a agenda de indicadores e eventos tem como destaques a divulgação da ata do Copom na terça-feira (23) e do RTI na quinta-feira (25). Na sequência de divulgação do RTI, o diretor de Política Econômica, Fabio Kanczuk, e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, darão entrevistas virtuais para falar sobre a decisão de elevar a Selic em 75 pts, para 2,75% ano. O mercado espera alguma sinalização da autoridade monetária sobre os próximos passos. Haverá ainda a divulgação do IPCA-15 de março na quinta-feira.
Fonte: Broadcast