Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 140

Curva de Juros Futuro do DI em 26/03/2021

Curva de Juros Futuro do DI em 19/03/2021

Highlights (Resumo): Forte Alta nas Taxas de Juros.

Principal(is) vetor(es): Preocupação com a perda de apoio político do governo , a pressão sobre o cenário fiscal com o apelo do auxílio emergencial,
colapso do sistema de saúde, o efeito negativo da intervenção do presidente da Turquia na troca do comando do Banco Central do país e
o dólar renovando máximas acima de R$ 5,75,

Destaque(s): Risco Político e Fiscal, Juros Internacionais e dólar.

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

O Relatório de Mercado Focus (29) trouxe elevação pela décima segunda semana consecutiva da previsão para o IPCA em 2021. A mediana este ano foi de alta de 4,71% para 4,81%. Há um mês estava em 3,87%. A projeção para a inflação está acima do centro da meta de 2021, de 3,75%.

Na semana de apostas mais agressivas para alta da Selic no Copom de maio, de até 1,25 pp, apesar de a ata ter confirmado a previsão do comunicado de uma nova elevação da mesma magnitude (0,75 pp), a curva de juros futuros teve ganho importante de inclinação, de cerca de 50 pontos, considerando o diferencial entre os contratos DI jan/22 e jan/27, que passou de 347 pontos na sexta-feira (19) para 397 dia 26.

 

A postura defensiva do mercado voltou a prevalecer com:

  • preocupação com a perda de apoio político do governo no Congresso após o discurso feito pelo presidente da Câmara, Arthur Lira,
  • a pressão sobre o cenário fiscal com o apelo de governadores por um valor maior do auxílio emergencial,
  • colapso do sistema de saúde e medidas de restrição à circulação e ao comércio cada vez mais duras, gerando temores sobre o descontrole de gastos,
  • a aprovação do Orçamento no Congresso enfraquecido do ponto de vista fiscal, com um volume maior de repasses para emendas parlamentares,
  • o efeito negativo da intervenção do presidente da Turquia na troca do comando do Banco Central do país que penalizou de forma generalizada os ativos emergentes,
  • o dólar renovando máximas acima de R$ 5,75,

outros fatores suavizaram o movimento ao longo da semana:

  • o noticiário positivo sobre vacinas contra covid-19 anunciado pelos governos federal e de São Paulo,
  • a sinalização do presidente do BaCen, Roberto Campos Neto, de que a normalização total da Selic no horizonte de curto prazo não deve levá-la até o nível neutro,
  • os números fortes da arrecadação de fevereiro, o melhor resultado para o mês da série histórica da Receita Federal,
  • a redução drástica da oferta de títulos para o financiamento da dívida publica como forma de evitar pressão sobre os DIs e não sancionar prêmios muito elevados.

O dólar à vista encerrou a sexta-feira (26) cotado a R$ 5,7413, acumulando alta de 4,67% na semana e mais de 10% no ano, refletindo:

  • o avanço do rendimento dos títulos do Tesouro americano com prazos de vencimento mais longos,
  • o agravamento da pandemia no Brasil, dentro do entendimento de que serão requeridos mais gastos,
  • a indicação pelo BC de que o ritmo de normalização da política monetária não deve ser tão forte como estava sendo precificado,
  • além de sinais de fluxo negativo.

Semana de 29 de março a 01 de abril

No Brasil, a agenda econômica tem o IGP-M de março na terça-feira (30), além dos dados do Caged e do Governo Central de fevereiro. A taxa de desemprego de janeiro e os números do setor público consolidado de fevereiro serão conhecidos na quarta-feira (31), enquanto os dados de produção industrial de fevereiro e os da balança comercial de março, na quinta-feira, dia 1º de abril.

No exterior, destaque na agenda para o relatório de emprego nos EUA deste mês, que servirá de termômetro para a percepção dos agentes sobre a inflação. O documento, além do nível da taxa de desemprego, traz ainda o saldo líquido de vagas do mercado de trabalho e o comportamento dos salários.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Curvas de Juros do Tesouro Direto

Gráfico de Retorno versus Risco Renda Fixa - Tesouro Direto

Rendimentos e Volatilidade da Renda Fixa: Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

Retornos Mensais e 12 Meses Ordenado

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI