Os catalisadores que influenciaram o comportamento da curva foram:
- o IPCA-15 de abril ter subido 0,60%, desacelerando da alta de 0,93% em março e abaixo da mediana estimada de 0,67%,
- preocupação do mercado com o desenrolar da CPI da Covid-19 no Senado,
- a espera pelo julgamento do impasse bilionário entre a União e empresas em torno da retirada do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins, que pode resultar em prejuízo de centenas de bilhões para os cofres públicos,
- o resultado melhor que o esperado do setor público consolidado, com superávit primário de R$ 4,981 bilhões em março, acima da mediana estimada de superávit de R$ 3,550 bilhões,
- leilão de prefixados do Tesouro com oferta maior de LTN e NTN-F dos que os da semana anterior,
- menor pressão dos Treasuries,
- melhora na perspectiva para as reformas com a informação do possível fatiamento da proposta tributária, o que na leitura do mercado eleva as chances de aprovação.
Após indicar no comunicado que deixará a inflação moderadamente acima da meta de 2% por “algum tempo”, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que “não é a hora de começar a falar sobre redução de estímulos” e que será mantido “apoio poderoso” até que o nível de atividade nos EUA se recupere.
O dólar teve queda de 3,5% em abril, a maior perda mensal desde novembro de 2020 e terminou o mês cotado em R$ 5,4320 no mercado à vista. Nas últimas cinco semanas, a divisa americana acumulou desvalorização em todas elas, ajudada pela sanção do orçamento de 2021 mantendo o teto de gastos, fluxo externo positivo e perspectiva de alta de juros pelo Banco Central, além da sinalização do Fed de que vai seguir com os estímulos monetários.
Semana de 03 a 07 de maio
A reunião de política monetária no Brasil é o principal evento da semana. No comunicado do encontro de março, a autoridade já sinalizava, para a reunião de maio, um aperto da taxa básica de 0,75 ponto porcentual, que é a aposta majoritária tanto na precificação da curva de juros quanto nos Departamentos Econômicos.
Na agenda de indicadores, está prevista uma bateria de dados da atividade doméstica relativos a março, que ajudarão na consolidação dos cenários econômicos sobre o PIB do primeiro tri. Na quarta-feira (5), sai a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) e na sexta (7) a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC).
No exterior, o destaque da agenda é o relatório de emprego norte-americano referente a abril, que traz a taxa de desemprego e o saldo de vagas nos EUA. Os números serão avaliados num momento em que a economia ganha tração, mas por outro lado o Fed se mostra tranquilo com eventuais pressões inflacionárias.