Os principais fatores que influenciaram o comportamento da curva foram:
- o payroll americano mais fraco do que o previsto reforçando o discurso do Fed de que os estímulos à economia, monetários e fiscais, serão mantidos por um longo período,
- o IGP-DI e vendas do varejo acima do consenso,
- o comunicado do Copom segundo o qual há intenção, mas não compromisso, de realizar um ajuste parcial da Selic,
- o dólar mais fraco e os yields dos Treasuries comportados,
- a repercussão do impacto no IPCA da mudança para bandeira vermelha 1 nas contas de luz,
- a queda da produção industrial em março menor que a mediana das estimativas,
- a cautela com o cenário fiscal: reforma tributária e Orçamento,
- a piora na percepção de risco político com receio de que a CPI da Covid possa atrapalhar o andamento das reformas,
- e o movimento forte de desmonte de posições em NTN-B no mercado secundário.
Após elevar a Selic de 2,75% para 3,50%, o Copom sinalizou nova alta de 75 pontos-base em junho para 4,25%, manteve a expressão “parcial” para o ciclo de normalização da política monetária e reduziu as projeções para a inflação de 2022.
O dólar à vista fechou a primeira semana de maio a R$ 5,2286, a menor cotação desde 14 de janeiro, acumulando queda de 3,74%, a maior baixa para o período desde o final de novembro de 2020. No ano, a alta do dólar que chegou a 12% em março quase foi zerada, ficando em 0,77% até esta sexta-feira (7).
Entre os fatores que vêm contribuindo para o melhor desempenho da moeda brasileira estão:
- a perspectiva de mais altas de juros pelo Banco Central, que deixa o País mais atrativo para investidores estrangeiros pois reduz o diferencial das taxas com outros emergentes,
- o fluxo de recursos positivos com exportações recordes do Brasil em meio a disparada dos preços das commodities,
- as captações externas e IPOs,
- e a decepção com a fraqueza do payroll, somado ao desemprego mais alto que o previsto, que ajudou a enfraquecer ainda mais o dólar no mercado internacional com a visão de que o Fed não vai precisar subir os juros antes de 2023.
Semana de 10 a 14 de maio
O destaque da agenda doméstica é a divulgação da ata do Copom na terça-feira (11), que deverá dar mais detalhes não somente sobre a decisão de elevar a Selic para 3,5% como também sobre o plano de voo do BC, que já sinalizou outra elevação de 0,75 ponto porcentual da taxa básica para a reunião de junho.
Na terça-feira (11) será divulgado o IPCA de abril, na quarta-feira (12) a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e, na quinta (13) sai o IBC-Br, ambos referentes a março. As permanentes turbulências políticas seguem no radar.
A agenda internacional é mais fraca para os mercados esta semana.
Fonte: Broadcast