Apesar da volatilidade, dirigentes do Fed ratificaram avaliações de que a elevação da inflação nos EUA ocorre por fatores temporários e que, portanto, não são estruturais, o que reforça os argumentos do banco central americano de que os estímulos de política monetária não serão retirados tão cedo.
Outros fatores que influenciaram o comportamento da curva de juros foram:
- o tom dovish do Copom na ata que reforçou a mensagem do comunicado de que o processo de normalização da Selic será parcial, mantendo algum nível de estímulo, argumentando que um ajuste total poderia levar as expectativas de inflação para muito abaixo da meta,
- o IBC-Br de março melhor do que o esperado levando a uma onda de revisões para cima das projeções para o PIB deste ano,
- a perspectiva de persistência de pressões inflacionárias em meio a indicadores de atividade melhores do que o esperado e ao choque das commodities, gerando dúvidas sobre a estratégia de normalização apenas parcial da política monetária defendida pelo Banco Central,
- os ruídos políticos vindos da CPI da Covid,
- e a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a retirada do ICMS do cálculo do PIS/Cofins, que evitou o pior dos cenários para o governo.
O IPCA fechou abril com alta de 0,31%, ante um avanço de 0,93% em março, pouco acima da mediana, que era de 0,29%. A taxa acumulada em 12 meses acelerou de 6,10% em março para 6,76% em abril.
O dólar à vista fechou a semana a R$ 5,2710, acumulando valorização de 0,81%. As preocupações com a disparada da inflação americana ajudaram a fortalecer o dólar no mercado internacional, com o temor de que o Fed tenha que retirar mais cedo os estímulos monetários extraordinários adotados na pandemia, que têm inundado o mercado de liquidez e levado recursos aos emergentes.
“Membros do Fed têm contribuído para amenizar as preocupações, ressaltando que o conjunto de dados observado não revela inflação permanente, e dois indicadores da atividade dos EUA, as vendas no varejo e a produção industrial mostraram números abaixo do previsto em abril e ajudaram a reduzir, ao menos por ora, o temor de superaquecimento da maior economia do mundo.
Semana de 17 a 21 de maio
Na agenda econômica do exterior, o Fed divulga a ata da sua última reunião de política monetária e está prevista ainda uma bateria de dados da economia da China referentes a abril.
Da cena política no Brasil, as atenções estarão nos desdobramentos da CPI da Covid e na possibilidade de avanço das reformas tributária e administrativa.
No radar ficam os bastidores das reuniões trimestrais de diretores do Banco Central com economistas e o IGP-10 de maio.
Fonte: Broadcast