Outros fatores ajudaram a provocar a retirada consistente de prêmios na curva:
- o superávit primário do governo central em abril perto do teto das estimativas,
- a Fitch reafirmou a nota do Brasil e teceu comentários positivos sobre o cumprimento do teto de gastos pelo governo,
- Na revisão do PAF, o Tesouro mudou sua estratégia para a DPF e vai emitir um volume menor de títulos prefixados, concentrando mais suas emissões em papéis atrelados à Selic e à inflação e com menor exposição da dívida de curto prazo,
- aprovação da reforma administrativa na CCJ da Câmara,
- e o arrefecimento da inflação mostrado pelo IPCA-15 de maio perto do piso das projeções.
Nos EUA, predominou a visão de que a pressão registrada pelo índice de preços de gastos com consumo (PCE) acima das projeções é insuficiente para aumentar a preocupação do Fed ou provocar uma redução de estímulos.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que ” o cenário atual continua indicando para um processo de normalização parcial, com manutenção de algum estímulo monetário”.
Embora o risco fiscal retornando à cena com a chance de nova prorrogação do auxílio emergencial e possibilidade de uma terceira onda da covid-19 no Brasil, as taxas mostram que continua majoritária a aposta de 75 pts de alta da Selic no próximo Copom em junho, com precificação na curva no fim do ano em torno de 6,4%.
O dólar à vista terminou a sexta-feira cotado a R$ 5,2121, acumulando desvalorização de 2,64% na semana e de 4,05% em maio.
Entre os principais catalisadores da queda frente o real estão:
- a visão mais otimista com o quadro fiscal brasileiro,
- a perspectiva de economia mais aquecida,
- novos ingressos de fluxo cambial comercial e financeiro,
- e a perda de força dos juros dos Treasuries e do dólar no exterior.
Indicadores mistos nos EUA divulgados nos últimos dias vêm ajudando a reforçar a visão de que a economia americana ainda precisará de estímulos extraordinários por mais algum tempo.
Semana de 31 de maio a 04 de junho
As atenções do mercado doméstico deverão se concentrar na divulgação do PIB do primeiro tri a ser divulgado na terça-feira (dia 1º) e no resultado da produção industrial de abril.
Nos EUA, o relatório de emprego (payroll) de maio estará no foco. Depois da frustração com números mais fracos que o esperado em abril, os indicadores do mercado de trabalho serão acompanhados de perto, uma vez que o Fed tem condicionado a retirada dos estímulos econômicos no país à melhora na geração de vagas. Os dados serão divulgados entre quinta-feira (ADP) e sexta (Payoll).
Fonte: Broadcast