O nível de inclinação da curva medida pelo diferencial entre os contratos DI jan/27 e jan/22 terminou em 286 pontos, bem abaixo dos 320 pontos da sexta-feira anterior (18).
O desenho da curva refletiu uma série de eventos ao longo da semana:
- o IPCA-15 de junho ligeiramente abaixo da mediana das estimativas, ao contrário das últimas leituras que surpreenderam negativamente,
- o RTI promoveu um ajuste nas apostas de elevação da Selic no próximo Copom, passando a indicar o mercado dividido entre um aumento de 1 pp e expectativa de uma alta de 0,75 ponto de volta no jogo, com a primeira hipótese ainda majoritária,
- queda do dólar de mais de 2,5% na semana,
- a mediana das estimativas de IPCA para 2022 no Boletim Focus (21) parou de piorar,
- a decisão do CMN de continuar reduzindo e fixar a meta de inflação de 2024 em 3%, com margens de tolerância de 1,5 ponto,
- a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, dizendo que o governo pretende renovar por mais três meses o auxílio emergencial até outubro, e que o dólar, após ter rompido o piso dos R$ 5,00, ainda pode cair mais,
- os dados de pedidos semanais de auxílio-desemprego e de encomendas de bens duráveis em maio piores do que o estimado, além da inflação medida pelo PCE nos EUA deixar a percepção de que o Fed ainda vai seguir com a política monetária acomodatícia,
- o presidente do Fed, Jerome Powell, ter repetido que o salto na inflação dos EUA deve ser temporário, descartando uma alta “preventiva” de juros pelo Fed,
- o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, retocou as declarações da sexta-feira (18), ao considerar que ainda levará algum tempo para que o “tapering”, como é chamado o processo de retirada dos estímulos à economia, comece a ser efetuado nos EUA,
- a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, ressaltou que, mesmo com os gargalos na cadeia de suprimentos e recuperação da demanda interna, o movimento nos preços será temporário e a inflação na zona do euro permanecerá reprimida.
Ficou no radar do mercado, a situação do governo diante das acusações de corrupção no processo de compra de vacinas indianas contra Covid-19 pelo Ministério da Saúde.
O dólar à vista terminou a sexta-feira (25) cotado a R$ 4,9377, acumulando queda de 2,58% na semana, 5,5% em junho e quase 5% no ano.
Os fatores que influenciaram o preço da moeda americana essa semana foram:
- melhora das estimativas de crescimento e da expectativa de novas altas da taxa Selic,
- continuado fluxo cambial positivo,
- e dados de consumo e inflação do PCE, além de declarações de membros do Fed diminuírem temores de uma alta prematura dos juros nos EUA.
Semana de 28 de junho a 02 de julho
O destaque na agenda é a divulgação do relatório de emprego deste mês nos EUA, que traz os dados do saldo líquido de vagas, na sexta-feira (02). Os números serão importantes para balizar a discussão sobre a retomada da economia e seus impactos sobre a inflação e a política monetária do Fed.
No Brasil, saem ao longo da semana dados de atividade que vão fomentar o debate sobre o ritmo da retomada da economia. Ainda serão divulgados os indicadores do Caged na segunda-feira (28) e a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), na sexta.
Fonte: Broadcast