Os principais condutores do movimento da curva de juros foram:
- o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), ao Supremo Tribunal Federal (STF), de abertura de inquérito contra o presidente Bolsonaro por suposta prevaricação no caso da negociação da vacina indiana Covaxin,
- as declarações ‘dovish’ de dirigentes do Fed,
- o payroll mostrou que a criação de empregos veio forte, mas apontou desemprego mais alto que o esperado e salários crescendo menos que o previsto, o que gera divergências nas avaliações sobre o timing do Fed de retirada de estímulos. A percepção é de que pode demorar,
- o resultado da produção industrial em maio no Brasil veio dentro do esperado (+1,40%), pouco abaixo da mediana,
- a forte desaceleração do IGP-M de junho,
- houve uma emissão externa do Tesouro com forte demanda, o que sinaliza apetite por Brasil,
- reajustes no valor das bandeiras tarifárias de energia que podem alterar as expectativas de inflação e influenciar o temor de desdobramentos de um eventual racionamento na recuperação da atividade econômica,
- enquanto o Presidente da Câmara disse que não vê “materialidade” para levar adiante os pedidos de impedimento, o presidente do Senado considerou que o “superpedido” de impeachment “não pode ser banalizado”,
- a percepção ainda negativa em relação à reforma tributária apresentada,
- as preocupações com um processo de desgaste e perda de capital político do governo, necessário para a aprovação de reformas,
- a piora de percepção do mercado com a crise hídrica e seus efeitos na inflação,
- incertezas sobre os impactos da variante delta do coronavírus na economia global,
- e dados fiscais melhores do que o consenso.
O dólar encerrou os negócios na sexta-feira (02) cotado a R$ 5,0533 no mercado à vista. Na semana acumulou valorização de 2,34%.
A cotação da divisa americana foi impactada por:
- percepção de agravamento do quadro político após pedido de abertura de inquérito contra o presidente Bolsonaro por suposta prevaricação no caso das negociações para aquisição da vacina indiana Covaxin,
- dados mistos do relatório de emprego (payroll) nos EUA provocaram leituras distintas, prevalecendo a visão de que o Fed tem argumentos para postergar o início da redução do ritmo de compra de ativos (‘tapering’),
- e dúvidas sobre o impacto da reforma tributária no fluxo de recursos.
Semana de 05 a 09 de julho
Na agenda doméstica saem mais indicadores de atividade que vão ajudando a compor os prognósticos para o PIB do segundo tri. Na quarta-feira (7), será divulgada a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de maio. Pelo lado na inflação, na quinta-feira (8) sai o IPCA e o IGP-DI de junho.
No exterior, o ponto alto do calendário econômico é a ata do Fed na quarta-feira (7).
Em função do feriado em São Paulo em homenagem à Revolução Constitucionalista de 1932, na sexta-feira (9) não haverá negócios na B3. Nos EUA, no dia (05), o feriado em celebração do Dia da Independência mantém mercados fechados.
Fonte: Broadcast