Os principais fatores que influenciaram o movimento da curva foram:
- a deterioração do ambiente político gerado por denúncias de corrupção na compra de vacinas, queda da popularidade do governo, além dos desdobramentos da CPI da Covid no radar, o que na visão do mercado, afetam em cheio as expectativas sobre o andamento das reformas,
- preocupações com o cenário inflacionário em relação aos efeitos da crise hídrica, reajuste na bandeira 2 vermelha e anúncios de aumento de gasolina e gás de cozinha pela Petrobras,
- o IPCA de 0,53% em junho, abaixo da mediana das estimativas (0,59%) e perto do piso no intervalo entre 0,52% e 0,79%,
- as dúvidas em torno da variante delta do coronavírus e seus possíveis impactos sobre a recuperação econômica mundial,
- os sinais de política monetária acomodatícia na Europa e na China,
- as vendas do varejo em maio abaixo da mediana das estimativas e a desaceleração do IGP-DI de junho,
- e a piora do câmbio.
Em relatório de política monetária, o Fed afirmou que é “apropriado” manter a taxa básica de juros no nível atual até que as condições do mercado de trabalho dos EUA estejam consistentes com o máximo emprego.
O banco central americano também ressaltou que os juros devem permanecer na faixa entre 0% e 0,25% até que a inflação suba para 2% e esteja no caminho para exceder “moderadamente” esse nível “por algum tempo”, e apesar de admitir que já iniciou uma discussão para reduzir a compra de ativos, se mostrou bastante dividido sobre o momento de fazê-lo.
O dólar encerrou a quinta-feira (8) cotado a R$ 5,2554 no mercado à vista, o oitavo pregão consecutivo de alta em relação ao real, acumulando valorização de 4,16% na semana e de 4,39% no mês.
Os vetores que contribuíram para a disparada do dólar foram:
- o cenário de estresse político ampliando desconfianças sobre as reformas e a governabilidade do País,
- a aversão ao risco no exterior com incertezas sobre o ritmo da recuperação da atividade econômica e mercado de trabalho na Europa e EUA, diante da disseminação da variante delta do coronavírus e da perda de tração da economia chinesa,
- o tom menos “hawkish” do Fed,
- e a postura mais complacente do BCE com a inflação e o anúncio de estímulos monetários na China.
Semana de 12 a 16 de julho de 2021
Os destaques na agenda doméstica são mais indicadores de atividade que podem ajudar nos cenários sobre o desempenho do PIB no segundo tri. Na terça-feira (13) será divulgada a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e, na quarta (14), o IBC-Br, ambos referentes a maio.
No exterior, o calendário traz índices de inflação ao consumidor e ao produtor nos EUA e o Livro Bege do Fed, sumário das condições econômicas que embasa as decisões de política monetária. Também o PIB no segundo tri e dados do comércio exterior em junho da China, além da decisão sobre juros no Japão.
Fonte: Broadcast