Os principais elementos da combinação de fatores que levaram ao fechamento da curva de juros foram:
- o IGP-M caiu 0,04% na primeira prévia de julho, após ter avançado 1,24% na primeira prévia de junho,
- o IGP-10 de julho teve importante desaceleração ao subir 0,18%, pouco acima da mediana das estimativas (0,15%) e bem menos do que em junho (2,23%),
- o IBC-Br bem mais fraco do que o consenso,
- o resultado do volume de serviços prestados acima da mediana das estimativas,
- o receio com as implicações da disseminação da variante delta do coronavírus pelo mundo,
- o desconforto com a reforma tributária com possível perda de arrecadação e seus impactos fiscais,
- o estado de saúde do presidente Jair Bolsonaro e tendência de redução dos níveis dos ruídos políticos,
- o presidente do Fed, Jerome Powell, admitiu que a inflação nos EUA está bem acima da meta (2%), em um nível “desconfortável”, que as discussões sobre o “tapering” continuarão no próximo encontro do banco central americano, mas, buscou manter o discurso dovish.
Repetiu o argumento de que a alta da inflação é transitória e que só haverá alta de juros quando o pleno emprego estiver perto, o que, para ele, ainda não ocorre.
O dólar à vista encerrou a sexta-feira (16) negociado a R$ 5,1154. Na semana, a moeda americana cedeu 2,36%. Isso fez com que a valorização acumulada do dólar frente ao real em julho caísse para 2,86%.
A apreciação do real ao longo desta semana é atribuída a uma combinação dos fatores:
- certo alívio com o novo relatório da reforma tributária,
- a redução das tensões políticas, a despeito do avanço das investigações na CPI da Covid e certo temor de aumentos de gastos,
- apesar de ter admitido certo desconforto com os índices de inflação recentes, o presidente do Fed, Jerome Powell, reforçou o discurso de cautela na redução dos estímulos monetários, sinalizando uma postura ainda acomodatícia,
- queda do índice preliminar de confiança do consumidor norte-americano neste mês,
- alta inesperada das vendas no varejo nos EUA em junho reforçando a cautela com a inflação americana,
- e alívio na tensão entre os poderes em meio à permanência do presidente Bolsonaro em hospital em São Paulo.
Semana de 19 a 23 de julho de 2021
Expectativa de menor ruído político no Brasil em função do início do recesso parlamentar, que vai até 31 de julho, e pausa nos trabalhos da CPI da Covid. Na agenda, destaque para o IPCA-15 deste mês previsto para sexta-feira (23). Há expectativa ainda, de divulgação dos dados de arrecadação de junho.
No exterior, o ponto alto do calendário econômico é a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira (22).
Fonte: Broadcast