Uma conjunção de fatores influenciou o comportamento da curva:
- a sinalização negativa para a área fiscal com a apresentação do parecer do Refis no Senado, possibilidade de aumento no valor do Bolsa Família, fundo eleitoral de R$ 4 bilhões, proposta de vale gás a famílias carentes e proposta de retirada das despesas com o pagamento de precatórios do teto de gastos,
- as estimativas de IPCA para 2022, horizonte relevante da política monetária, voltaram a piorar,
o tom mais duro do Copom sinalizando nova elevação de 100 pontos-base da Selic em setembro, - “Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado um ciclo de elevação da taxa de juros para patamar acima do neutro”, de forma a ancorar as expectativas de inflação, foi o destaque do comunicado do Copom,
a perspectiva de Selic acima do nível neutro corroborou a aposta majoritária de que o Copom acelere o ritmo em setembro, elevando a taxa básica em 125 pontos-base, - a produção industrial de junho abaixo da mediana das estimativas,
- os ataques do presidente Bolsonaro à urna eletrônica, ao TSE e aos ministros do STF, continuaram agravando a percepção de risco político,
- e a criação forte de emprego nos EUA em julho que aumenta as expectativas de retirada de estímulos monetários da economia americana.
O dólar à vista fechou na sexta-feira (06) cotado a R$ 5,2363, terminando a primeira semana de agosto com valorização de 0,51%.
Vários fatores influenciaram os preços da moeda americana:
- a cautela com a proposta de parcelamento dos precatórios, a possibilidade de benefício de R$ 400 para o Bolsa Família e a aprovação do texto-base do Refis pelo Senado, que aumentam os riscos ao teto de gastos do governo,
- o fortalecimento global da moeda americana, na esteira do forte resultado do relatório de emprego (payroll) nos EUA em julho,
- os ataques do presidente Bolsonaro ao sistema eleitoral e aos ministros do STF,
- o cancelamento da reunião entre líderes dos três Poderes pelo presidente do STF, Luiz Fux,
- e as declarações apaziguadoras do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que exortou o STF a retomar o diálogo e defendeu a lisura do sistema eleitoral.
Semana de 09 a 13 de agosto
Na agenda doméstica, resultado do IPCA de julho na terça-feira (10), mesmo dia em que sai a ata da reunião do Copom, e a última leva de indicadores de atividade de junho, que servirão para balizar as estimativas para o PIB do segundo tri, entre eles os da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), os da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e o IBC-Br do Banco Central.
O mercado vai buscar na ata pistas sobre a percepção da autoridade monetária acerca do nível neutro de juros e do plano de elevar a taxa básica acima deste patamar.
No exterior, os indicadores de preços ao produtor e ao consumidor na China, enquanto os dados de inflação no atacado e varejo americanos serão conhecidos na quarta e na quinta-feira (12).