O desenho da curva a termo refletiu os seguintes fatores:
- a permanente preocupação com o cenário inflacionário, reforçada pela pesquisa Focus com novas revisões em alta para IPCA e Selic e em baixa para crescimento,
- o ajuste nas apostas do mercado para uma nova alta de 1 ponto da Selic na reunião do Copom no dia 22 de setembro,
- o volume de serviços prestados subiu 1,1% em julho ante junho, igual à mediana das estimativas,
- o índice de inflação ao consumidor norte-americano veio levemente abaixo do esperado, mas não alterou a visão do mercado de que o tapering nos EUA começa este ano,
- a alta do IBC-Br de julho de 0,60%, acima da mediana estimada (0,40%), mas desacelerando da alta de 0,92% de junho (dado revisado), reforçou o cenário de economia mais fraca,
- a falta de solução para a questão dos precatórios, o crescimento da pressão sobre o teto de gastos e a indefinição na evolução das reformas,
- a elevação temporária das alíquotas de IOF para operações de crédito como solução para custear as despesas do programa Auxílio Brasil em 2021,
- e as notícias negativas vindas da China, com os temores de desaceleração da economia reforçados pelos receios de colapso da gigante Evergrande.
O dólar encerrou a semana com leve valorização de 0,28%, cotado no mercado à vista a R$ 5,2821, acumulando alta de 2,13% em setembro.
Os vetores que influenciaram o preço da moeda americana foram:
- a alta menor que o previsto da inflação ao consumidor dos EUA,
- a perspectiva de que uma Selic um pouco menos alta, conforme indicação do BC sobre manter o plano de voo de alta de 1 pp em setembro, pode diminuir a atratividade de capitais para o Brasil,
- o inesperado avanço das vendas do varejo dos EUA em agosto, com pedidos de auxílio-desemprego acima das estimativas fazendo o contraponto,
- a repercussão negativa do aumento do IOF até 31 de dezembro para bancar o Auxílio Brasil,
- a expectativa pelo comunicado de política monetária do FED no próximo dia 22,
- o receio com os impactos dos problemas financeiros da gigante do setor imobiliário chinês Evergrande sobre a economia do gigante asiático e em todo o mundo,
- e o dado do sentimento ao consumidor americano abaixo do esperado.
Semana de 20 a 24 de setembro
As reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed e do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira (22) concentram as atenções do mercado, que terá ainda decisões de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE) e Banco do Japão (BoJ). A agenda traz ainda o IPCA-15 de setembro na sexta-feira (24), dia para o qual também está prevista a divulgação pela Aneel, de qual será a bandeira tarifária de energia válida para outubro.