Outros vetores que moldaram o desenho da curva a termo foram:
- o temor de intervenção nos preços de energia após declarações do presidente Bolsonaro sobre a bandeira escassez hídrica,
- as persistentes incertezas sobre o financiamento dos programas sociais em meio à discussão de alternativas consideradas preocupantes para as contas públicas,
- a alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano de curto prazo,
- as apostas na redução dos estímulos de liquidez (tapering) a partir de novembro, reforçadas pela alta inesperada das vendas do varejo nos EUA em setembro,
- os comentários do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, que sinalizou que o ritmo de alta de 100 pontos-base da Selic é adequado no momento, mas enfatizou que “o BC não tem compromisso com qualquer ritmo de alta de juros, nem menor nem maior,
- a avaliação de que a aprovação na Câmara do projeto que visa reduzir o preço dos combustíveis, pode não chegar ao consumidor, além de ameaçar a arrecadação dos Estados,
- as preocupações com a inflação no Brasil após números melhores do volume de serviços prestados no País em agosto acima da mediana das estimativas, no quinto mês consecutivo de alta,
- o megaleilão de títulos prefixados do Tesouro,
- o novo aumento do petróleo que traz desconforto para preços de combustíveis e inflação em geral,
- a aceleração da inflação ao consumidor (CPI) nos EUA, alta de 0,4% em setembro, acima da projeção de +0,3%, e núcleo em linha com o consenso,
- e as declarações do diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kancuzk, reforçando que o Copom tem um plano de voo para inflação convergir à meta ainda em 2022, mesmo diante do risco de que o ciclo de aperto monetário possa abalar a economia.
O dólar à vista fechou a semana cotado a R$ 5,4547, com desvalorização de 0,77% e avanço de apenas 0,16% em outubro.
Os fatores que influenciaram os preços da moeda americana foram:
- o efeito cumulativo das intervenções do Banco Central via leilões de swap cambial, injetando recursos novos no sistema,
- as declarações da autoridade monetária sobre a meta de inflação e sobre a “capacidade robusta” de intervenção no mercado de câmbio,
- a fala do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, segundo as quais a expectativa é de que o câmbio passe a reagir ao diferencial de juros, em meio ao ciclo de aperto monetário da Selic,
- o avanço dos juros dos Treasuries após alta inesperada de 0,7% nas vendas no varejo dos EUA em setembro ante agosto, bem acima das projeções dos analistas (+0,2%).
- e as incertezas sobre a reforma do IR, precatórios e extensão do auxílio emergencial para 2022, bem como cautela com a inflação e a crise hídrica.
Semana de 18 a 22 de outubro
Na agenda internacional, serão divulgados dados da produção industrial nos EUA, PIB da China no terceiro tri e inflação na zona do euro. Na quarta-feira (20) sai o Livro Bege do Fed, sumário das condições econômicas que embasa as decisões de política monetária.
No Brasil, há expectativa sobre a divulgação dos números da arrecadação de setembro, enquanto a nota do setor externo tem publicação marcada para sexta-feira (22).