Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 170

Curva de Juros Futuro do DI em 22/10/2021

Curva de Juros Futuro do DI em 15/10/2021

Highlights (Resumo): Alta Expressiva nas nas Taxas de Juros.

Principal(is) vetor(es): mercado espera que a política monetária terá de ser agressiva, em meio à expectativa de aumento da pressão fiscal sobre a inflação.

Destaque(s):  Risco Fiscal, Inflação e Bacen.

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

A projeção do mercado financeiro para a inflação em 2021 saltou de 8,69% para 8,96%, a 29ª alta consecutiva, conforme o Relatório Focus (25), cada vez mais distante do teto da meta, de 5,25%. Há um mês, estava em 8,45%. A projeção para o IPCA em 2022 também continuou subindo, de 4,18% para 4,40%, 14º aumento seguido. Quatro semanas atrás, estava em 4,12%. A meta de 2022 é de 3,50%.

Semana de acúmulo expressivo de prêmios na curva de juros, refletindo a avaliação do mercado de que a política monetária terá de ser agressiva, em meio à expectativa de aumento da pressão fiscal sobre a inflação. A curva terminou a semana com desinclinação de 34 pontos-base, considerando o spread entre os DIs jan/27 e jan/23.

Os fatores que influenciaram o movimento na curva de juros foram:

  • o abandono da âncora fiscal pelo governo, que era o teto de gastos, com endosso da equipe econômica, que foi alterado para acomodar o Auxílio Brasil,
  • a saída de quatro integrantes da equipe econômica,
  • a fala do ministro Guedes: “se o fiscal piorou um pouco, tem que correr um pouco mais com juro também”,
  • a repercussão das declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, admitindo a necessidade de uma “licença para gastar” além do que o teto de gastos permite, pelo Auxílio Brasil de R$ 400,
  • o anúncio do presidente Bolsonaro “da criação de uma ajuda financeira aos caminhoneiros, que ameaçam paralisação a partir de 1º de novembro, para compensar aumento do diesel”,
  • a movimentação em torno do relatório final da CPI da covid-19,
  • o presidente do Fed, Jerome Powell, destacou os riscos de inflação mais elevada, reforçando expectativas de antecipação do início da alta de juros nos EUA já em meados do próximo ano,
  • e o impacto negativo do crescimento menor que o esperado do PIB da China e da queda da produção industrial dos EUA.

As apostas para o Copom de quarta-feira ficaram cada vez mais agressivas, com a expectativa de alta de 1,5 ponto na Selic amplamente majoritária.

O dólar à vista encerrou a semana cotado a R$ 5,6273, com valorização de 3,16%, acumulando alta de 3,33% em outubro.

Os vetores que alteraram os preços da moeda americana foram:

  • a visão consolidada no mercado de abandono do teto de gastos das contas públicas,
  • a ruptura na equipe econômica na esteira da mudança das regras do teto de gastos,
  • o presidente do Fed, Jerome Powell, com discurso mais duro sobre a inflação, reforçando expectativas de antecipação do início da alta de juros nos EUA para o começo do segundo semestre do próximo ano, e sinalizou ainda: “estamos no caminho para concluir tapering até meados de 2022”,
  • e o temor de contágio dos problemas de liquidez da gigante do setor imobiliário chinesa.

Semana de 25 a 29 de outubro

A reunião do Copom na quarta-feira (27) é o destaque da agenda, quando são esperados também as contas do governo central em setembro e a Pnad Contínua de agosto. Os dados do Caged de setembro, além do INCC-M e IPCA-15 de outubro, serão divulgados na terça-feira (26). O IGP-M de outubro está previsto para quinta-feira (28).

No exterior, ao longo da semana saem as leituras preliminares do PIB do terceiro tri nos EUA, na Alemanha e na zona do euro. O índice de preços dos gastos com consumo (PCE) de setembro sai na sexta-feira (29). Na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) tem encontro de política monetária.

Fonte: Broadcast

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