Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 183

Curva de Juros Futuro do DI em 21/01/2022

Curva de Juros Futuro do DI em 14/01/2022

Highlights (Resumo): Alta nas Taxas de Juros Longas e Quedas nas Curtas

Principal(is) vetor(es): a leitura de que a medida sobre combustíveis pode até ser desinflacionária no curto prazo, mas é ruim do ponto de vista fiscal para os próximos anos.

Destaque(s): Inflação.

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

A estimativa para o IPCA de 2022 avançou pela segunda semana seguida no Relatório de Mercado Focus (24), de 5,09% para 5,15%, se distanciando mais do teto da meta, de 3,50%. Já a expectativa para o IPCA em 2023 foi mantida em 3,40%, acima do centro da meta, de 3,25%.

A semana na renda fixa foi de acúmulo de prêmios nos vencimentos mais longos, refletindo a leitura de que a medida sobre combustíveis pode até ser desinflacionária no curto prazo, mas é ruim do ponto de vista fiscal para os próximos anos. O spread entre o DI jan/27 e jan/23 fechou em -57 pontos, de -81 na sexta-feira anterior (14).

O movimento da curva de juros se apoiou nos seguintes fatores:

  • a proposta de zeragem dos impostos federais dos combustíveis e da energia sem a compensação da arrecadação,
  • o alívio no rendimento da T-note de 10 anos, após ter batido na máxima em dois anos,
  • a incerteza em relação à concessão de reajuste salarial para o funcionalismo público federal,
  • o discurso do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que não mostrou grandes preocupações com a inflação ou com a situação fiscal,
  • as declarações do presidente Bolsonaro colocando em dúvida a concessão de um aumento salarial generalizado,
  • o dólar em queda ante o real,
  • a paralisação dos servidores públicos considerada fraca,
  • a sinalização do Fed de que o ajuste da política monetária será forte. A inflação americana está na máxima em 40 anos,
  • o IBC-Br praticamente em linha com o esperado,
  • e os dados mistos da China, incluindo PIB em linha com o previsto e corte de juros do PBoC.

O dólar à vista encerrou o pregão de sexta-feira (21) cotado a R$ 5,4553, terminando a semana com queda de 1,05% e já acumula perdas de 2,16% no mês.

Os vetores que influenciaram o preço da moeda dos EUA foram:

  • o aumento da incerteza fiscal depois da informação de que o governo negocia uma PEC para zerar tributos para combustíveis e energia elétrica, levando a uma grande perda de arrecadação neste ano,
  • o movimento forte de entrada de recursos de estrangeiros para ativos domésticos,
  • a perspectiva de três ou quatro altas do juros americanos ao longo deste ano já precificada,
  • os cortes de juros e o maior crescimento esperado da China,
  • o desmonte de posições compradas em dólar futuro por parte de estrangeiros,
  • a perspectiva de novo aumento de pelo menos 1,5 pp da Selic na reunião do Copom no início de fevereiro, nos dias 1º e 2,
  • e o recuo dos juros dos Treasuries de 10 anos.

Semana de 24 a 28 de janeiro

As atenções do mercado estarão todas voltadas à decisão de política monetária do Fed. A expectativa é de um sinal mais claro quanto ao início da alta de juros, que o mercado precifica em março.

Internamente, na quarta-feira (26) tem IPCA-15, a nota do setor externo de dezembro e divulgação do PAF pelo Tesouro. Na quinta-feira (27), a taxa de desemprego da PNAD Contínua de novembro e o número de vagas formais de dezembro pelo Caged.  

Fonte: Broadcast

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