Outros vetores que explicam o movimento da curva:
- o IPCA-15 de fevereiro acima do teto das estimativas alimentando apostas que a Selic deverá continuar subindo e permanecer em nível elevado por mais tempo,
- as preocupações com a inflação diante da escalada dos preços do petróleo por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia,
- a fala do presidente do BC, Roberto Campos Neto, mostrando preocupação com a inflação, dizendo que “a tendência da inflação no Brasil ainda é crescente”,
- o IGP-M abaixo da mediana das estimativas,
- os bons números fiscais,
- o avanço dos juros dos Treasuries,
- o Tesouro reduzindo sua oferta de LTN e NTN-F com risco para o mercado em DV01 bem abaixo do registrado nas duas últimas semanas,
- e o arrefecimento das apostas num Fed mais agressivo em meio às incertezas sobre o rumo dos conflitos no Leste Europeu e os impactos na economia.
O dólar no mercado à vista fechou o pregão da sexta-feira (25) cotado a R$ 5,1557, encerrando a semana com ganhos de 0,31%, desvalorização em fevereiro de 2,83%, e perdas acumuladas em 2022 de 7,54%.
Os fatores que determinaram o preço da moeda americana foram:
- a contínua entrada de recursos estrangeiros no País com destino à bolsa e renda fixa,
- o deslocamento de investimentos oriundos da Rússia para o mercado brasileiro,
- a leitura de aumento do diferencial de juros em relação aos EUA,
- os dados do setor externo positivos e a arrecadação federal acima do teto das expectativas,
- a ausência de notícias negativas no front político,
- a retomada de posições defensivas em função do conflito na Ucrânia e eventuais novas sanções do Ocidente contra a Rússia,
- as dúvidas sobre o quanto essa guerra pode gerar de retração para a economia global,
- e o índice de preços de gastos com consumo (PCE), medida de inflação mais relevante para o Fed, em linha com as expectativas.
Semana de 02 a 04 de março
Na agenda local, o destaque será a divulgação do PIB do quarto tri e de 2021 na sexta-feira (4).
A pauta de Brasília está esvaziada na semana do carnaval, com retorno das discussões no Congresso somente na semana seguinte e foco no pacote de redução de preços de combustíveis.
No exterior, o ponto alto do calendário econômico é o relatório de emprego norte-americano referente a fevereiro também na sexta.
O mercado seguirá atento aos desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia.