Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 190

Curva de Juros Futuro do DI em 11/03/2022

Curva de Juros Futuro do DI em 04/03/2022

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Highlights (Resumo): Forte Alta nas Taxas de Juros.

Principal(is) vetor(es): Mais uma semana de forte alta nas Taxas de Juros refletindo a deterioração do cenário inflacionário com o reajuste de combustíveis e IPCA acima da mediana. Desdobramento negativos da guerra, alta dos juros americanos por conta da inflação recorde lá e os receios com mais uma greve dos caminhoneiros.

Destaque(s): Inflação, Guerra Rússia x Ucrânia e Juros Americanos

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

A estimativa do IPCA para 2022 avançou de 5,65% para 6,45% no Relatório de Mercado Focus (14), a nona alta consecutiva, bem acima do teto da meta estabelecida para este ano, de 5,00%. Há um mês, a mediana era de 5,50%. A expectativa para o índice de inflação oficial em 2023 subiu de 3,51% para 3,70%, se distanciando do centro da meta, de 3,25%. A mediana era 3,50% há quatro semanas.

Semana de forte acúmulo de prêmios na curva de juros amparado na deterioração do cenário inflacionário com o reajuste de combustíveis e IPCA acima da mediana. O spread entre os vértices para jan/27 e jan/23 fechou em -93 pontos-base, de -127 pontos na sexta-feira anterior (04).

Dentre os fatores que puxaram para cima os juros futuros estão:

  • o aumento das sanções contra a Rússia em meio à guerra com a Ucrânia e negociações de cessar-fogo frustradas,
  • o pesado aumento nos preços dos combustíveis anunciado pela Petrobras, mas que ainda não eliminou a defasagem ante as cotações internacionais,
  • o IPCA de fevereiro acima da mediana das estimativas com leitura negativa dos preços de abertura e taxa mais alta para o mês desde 2015,
  • o risco dos projetos que tramitam no Senado para conter o efeito no IPCA piorarem o cenário fiscal,
  • o receio de nova greve dos caminhoneiros,
  • a maior taxa de inflação em 40 anos nos EUA, que também puxou os yields dos Treasuries,
  • a escalada dos preços do petróleo por causa da guerra na Ucrânia alimentando temores com a inflação, fiscal e consequentemente da necessidade de uma política monetária mais agressiva,
  • e os temores sobre os efeitos econômicos da guerra.

O dólar à vista era cotado a R$ 5,0541 no fim do pregão da sexta-feira (11), terminando a semana com desvalorização de 0,48% e perdas acumuladas em março de 1,97%.

Os vetores que influenciaram as variações da taxa de câmbio ao longo da semana foram:

  • as incertezas relacionadas à guerra na Ucrânia e eventuais impactos de novas sanções econômicas à Rússia,
  • os ingressos de recursos estrangeiros no mercado local,
  • as dúvidas quanto ao ritmo de alta de juros nos EUA,
  • a alta do IPCA de fevereiro acima do esperado,
  • a expectativa de taxa Selic terminal acima de 13%, o que, em tese, aumenta a atratividade das operações de carry trade,
  • a percepção de que o petróleo, a inflação e os juros devem continuar elevados,
  • o reajuste dos preços dos combustíveis anunciado pela Petrobrás,
  • e a informação de que transportadores de carros e de combustíveis poderiam parar e não fazer novas viagens.

Semana de 14 a 18 de março

Os destaques na agenda são as reuniões de política monetária no Brasil e no exterior. Na quarta-feira (16), o Copom decide sobre a Selic, atualmente em 10,75%. No mesmo dia estão programados o IGP-10 de março e o volume de serviços de janeiro. O IBC-Br de janeiro sai na quinta-feira (17).

Também na quarta-feira, a decisão de juros do Fed. A expectativa é de início do ciclo de alta dos juros, hoje na faixa entre zero e 0,25%, com uma dose de 25 pontos-base. Outros bancos centrais que terão reunião de política monetária são o Banco da Inglaterra, na quinta-feira (17) e o do Japão, na sexta-feira (18).

As atenções do mercado seguirão voltadas ao noticiário da guerra no leste europeu, em especial às negociações para um possível acordo de cessar-fogo.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Curvas de Juros do Tesouro Direto

Curvas de Juros Anbima

Gráfico de Retorno versus Risco Renda Fixa - Tesouro Direto

Rendimentos e Volatilidade da Renda Fixa: Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

Retornos Mensais e 12 Meses Ordenado

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI