Dentre os fatores que puxaram para cima os juros futuros estão:
- o aumento das sanções contra a Rússia em meio à guerra com a Ucrânia e negociações de cessar-fogo frustradas,
- o pesado aumento nos preços dos combustíveis anunciado pela Petrobras, mas que ainda não eliminou a defasagem ante as cotações internacionais,
- o IPCA de fevereiro acima da mediana das estimativas com leitura negativa dos preços de abertura e taxa mais alta para o mês desde 2015,
- o risco dos projetos que tramitam no Senado para conter o efeito no IPCA piorarem o cenário fiscal,
- o receio de nova greve dos caminhoneiros,
- a maior taxa de inflação em 40 anos nos EUA, que também puxou os yields dos Treasuries,
- a escalada dos preços do petróleo por causa da guerra na Ucrânia alimentando temores com a inflação, fiscal e consequentemente da necessidade de uma política monetária mais agressiva,
- e os temores sobre os efeitos econômicos da guerra.
O dólar à vista era cotado a R$ 5,0541 no fim do pregão da sexta-feira (11), terminando a semana com desvalorização de 0,48% e perdas acumuladas em março de 1,97%.
Os vetores que influenciaram as variações da taxa de câmbio ao longo da semana foram:
- as incertezas relacionadas à guerra na Ucrânia e eventuais impactos de novas sanções econômicas à Rússia,
- os ingressos de recursos estrangeiros no mercado local,
- as dúvidas quanto ao ritmo de alta de juros nos EUA,
- a alta do IPCA de fevereiro acima do esperado,
- a expectativa de taxa Selic terminal acima de 13%, o que, em tese, aumenta a atratividade das operações de carry trade,
- a percepção de que o petróleo, a inflação e os juros devem continuar elevados,
- o reajuste dos preços dos combustíveis anunciado pela Petrobrás,
- e a informação de que transportadores de carros e de combustíveis poderiam parar e não fazer novas viagens.
Semana de 14 a 18 de março
Os destaques na agenda são as reuniões de política monetária no Brasil e no exterior. Na quarta-feira (16), o Copom decide sobre a Selic, atualmente em 10,75%. No mesmo dia estão programados o IGP-10 de março e o volume de serviços de janeiro. O IBC-Br de janeiro sai na quinta-feira (17).
Também na quarta-feira, a decisão de juros do Fed. A expectativa é de início do ciclo de alta dos juros, hoje na faixa entre zero e 0,25%, com uma dose de 25 pontos-base. Outros bancos centrais que terão reunião de política monetária são o Banco da Inglaterra, na quinta-feira (17) e o do Japão, na sexta-feira (18).
As atenções do mercado seguirão voltadas ao noticiário da guerra no leste europeu, em especial às negociações para um possível acordo de cessar-fogo.