Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 194

Curva de Juros Futuro do DI em 08/04/2022

Curva de Juros Futuro do DI em 01/04/2022

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Highlights (Resumo): Forte Alta nas Taxas de Juros.

Principal(is) vetor(es): o IPCA bem acima da previsão mais pessimista e consequentes revisões para cima nas projeções de inflação de 2022 e 2023, com isso o Mercado passou a considerar a continuidade do aperto monetário nas reuniões do Copom depois de maio.

Destaque(s): IPCA.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

Atraso na divulgação do Relatório Focus.

Semana de alta significativa das taxas de juros refletindo o IPCA bem acima da previsão mais pessimista e consequentes revisões para cima nas projeções de inflação de 2022 e 2023. Os DIs passaram a embutir prêmios que indicam a continuidade do aperto monetário nas reuniões do Copom depois de maio. Na semana, a curva doméstica perdeu inclinação. O spread entre os DIs para jan/27 e jan/24 passou de -86 pontos na sexta-feira anterior (1º), para -93 pontos.

Outros fatores que contribuíram para a abertura da curva foram:

  • o IGP-DI de março acima do consenso de mercado, também mostrando que a pressão inflacionária continua forte,
  • os novos sinais de uma postura mais hawkish do Fed no combate à inflação, que tende a ficar ainda mais elevada após novas sanções contra a Rússia. Monitoramento do CME Group mostra contínuo aumento das apostas em uma alta de 50 pontos-base das taxas nos EUA,
  • as incertezas com o recrudescimento da guerra no Leste Europeu e expectativa de mais aperto nas sanções contra a Rússia, que podem deteriorar ainda mais a atividade mundial,
  • a frustração com dados fracos da economia da China acentuando as preocupações com a estagflação global,
  • o avanço do dólar ante o real,
  • e a alta dos juros dos Treasuries.

Não conseguiu alterar a rota ascendente das taxas:

  • a notícia da antecipação da bandeira verde de energia elétrica para 16 de abril.

Alguns vetores foram considerados de menor potencial para influenciar o movimento da curva de juros:

  • a greve dos servidores do Banco Central, que irá continuar por tempo indeterminado,
  • e a mobilização dos servidores do Tesouro.

A conferir:

Se o discurso do Banco Central irá mudar após o IPCA de 1,62% em março, acima do teto das projeções (1,44%), embutir na curva de juros Selic terminal entre 13 e 14%, dado que deixou no ar que pode ser obrigado a subir juros além de maio, porque a pressão nos preços derivada da guerra na Ucrânia pode continuar pressionando mais a inflação global e no País, ou vai apontar argumentos para continuar com o plano de voo de aplicar apenas mais uma alta na Selic em maio.

O dólar à vista encerrou a sessão da sexta-feira (8) a R$ 4,7089, com valorização de 0,89% na semana. No mês, ainda perde 1,10%. Em 2022, a desvalorização acumulada é de 15,55%

Vetores que fizeram a taxa de câmbio trocar de sinal durante a semana:

  • o IPCA de março acima do esperado, o maior patamar em 28 anos, com alta de 1,62% ante um avanço de 1,01% em fevereiro, indicando que o ciclo de alta da Selic pode não acabar em maio,
  • o fluxo de recursos em busca de operações de carry trade (operações que exploram diferencial de juros entre países),
  • a internalização de recursos por parte de exportadores,
  • a nova escalada dos retornos dos Treasuries,
  • e a expectativa de aceleração do aperto da política monetária do Fed, diante da percepção de aumento dos riscos inflacionários decorrentes da continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia, novas sanções ocidentais à Rússia e das medidas de restrições à mobilidade na China para combater o surto de covid-19.

Agenda de indicadores e eventos de 11 a 14 de abril

Terça-feira (12): Brasil – a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) relativa a fevereiro. EUA – o índice de inflação ao consumidor (CPI) em março.

Quarta-feira (13): Brasil – a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) relativa a fevereiro. EUA – o índice de inflação ao produtor (PPI) em março. China – a balança comercial.

Quinta-feira (14): EUA – as vendas no varejo e sentimento do consumidor americano. Europa – o BCE anuncia decisão de política monetária.

Sexta-feira (15): EUA – a produção industrial.

Há ainda expectativa com a divulgação dos indicadores de conjuntura pelo Banco Central (BC), como as Notas do Setor Externo e Fiscal, que estão atrasados em função da paralisação dos servidores da autarquia, bem como o IBC-Br de fevereiro.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Curvas de Juros do Tesouro Direto

Curvas de Juros Anbima

Gráfico de Retorno versus Risco Renda Fixa - Tesouro Direto

Rendimentos e Volatilidade da Renda Fixa: Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

Retornos Mensais e 12 Meses Ordenado

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI