Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 196

Curva de Juros Futuro do DI em 22/04/2022

Curva de Juros Futuro do DI em 14/04/2022

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Highlights (Resumo): Queda nos Curtos e Alta nas Taxas de Juros Intermediárias e Longas

Principal(is) vetor(es): os juros futuros de curto prazo cederam com indicações do Banco Central de que o aumento de 1 pp, a 12,75% da Selic em maio, pode ser o último do atual ciclo de aperto de juros, enquanto os vencimentos intermediários e longos avançaram com a piora de percepção política e sinalização de um Fed mais agressivo.

Destaque(s): Copom e Fed.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

O Banco Central volta a divulgar o Relatório de Mercado Focus na terça-feira (26).

Na semana mais curta em função do feriado de Tiradentes, quando não houve negócios por aqui, os juros futuros de curto prazo cederam com indicações do Banco Central de que o aumento de 1 pp, a 12,75% da Selic em maio, pode ser o último do atual ciclo de aperto de juros, enquanto os vencimentos intermediários e longos avançaram com a piora de percepção política e sinalização de um Fed mais agressivo.

Outros fatores que ampararam a alteração de inclinação da curva de juros foram:

  • as declarações “hawkish” do presidente do Fed, Jerome Powell, que acenou com um ajuste monetário mais rápido e intenso nos EUA para se contrapor ao avanço da inflação,
  • a declaração da secretária de Tesouro dos EUA, Janet Yellen, de que a inflação “seguirá conosco por mais um tempo”,
  • o desconforto com a possibilidade de uma crise institucional, após o presidente Bolsonaro conceder graça institucional (perdão judicial) ao deputado federal Daniel Silveira, que havia sido condenado pelo STF,
  • a diminuição das apostas de alta da Selic nas reuniões do Copom além de maio,
  • as incertezas quanto ao ritmo da economia da China. A avaliação é que a situação no país asiático deve piorar no segundo tri, na esteira do avanço da covid-19 e de restrições,
  • o avanço dos juros dos Treasuries, com a T-Note de 10 anos chegando a bater o maior nível em três anos,
  • a contínua preocupação com a inflação global e as persistentes tensões derivadas da invasão da Rússia à Ucrânia,
  • e as revisões do FMI para o crescimento mundial, reduzindo a previsão de expansão global de 4,4% para 3,6% este ano, considerando o efeito negativo da guerra para a inflação e também para a atividade.

Fatores que foram considerados de menor potencial para influenciar o movimento da curva de juros:

  • a pressão por aumentos salariais de servidores, que recusaram o aumento linear de 5% proposto pelo governo,
  • a suspensão da greve dos servidores do Banco Central por duas semanas,
  • e a aceleração da inflação medida pelo IGP-M a 1,85% na segunda prévia de abril, de 0,90% na mesma leitura de março, pressionada especialmente pela disparada de mais de 8% nos preços da gasolina.

Como contraponto a limitar uma abertura ainda mais forte:

  • os preços do petróleo caíram quase 5% na semana.

A conferir:

Novos sinais do Copom de que a alta da Selic em maio seria a última, além de dados de inflação.

O dólar no mercado à vista fechou o pregão da sexta-feira (22) no maior patamar em quase um mês (24/03), cotado à R$ 4,8051, levando o Banco Central a intervir vendendo divisa para retirar pressão do real. Na semana, o dólar acumulou uma alta de 2,32%. No mês, sobe 0,92%.

Os vetores que influenciaram o preço da moeda americana foram:

  • o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, lido pelo mercado como hawkish, no sentido de que o aperto maior nos juros, de 50 pontos, deve vir já na próxima reunião, com possibilidade de ser seguido nos próximos encontros,
  • o reforço também da sinalização de um Fed mais agressivo, a entrevista concedida pela secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, admitindo que a inflação “seguirá conosco por mais um tempo”,
  • a crise institucional instaurada entre os poderes após o indulto concedido pelo presidente Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira, condenado por ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF),
  • e as sinalizações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e Fernanda Guardado (diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos) de que o ciclo de elevação de juros deve de fato terminar em breve.

Agenda de indicadores e eventos de 25 a 29 de abril

Terça-feira (26): a retomada da divulgação do Boletim Focus. Nos EUA, saem as encomendas de bens duráveis, vendas de moradias novas, índice de confiança do consumidor e estoques API de petróleo.

Quarta-feira (27): o IPCA-15, o IPC-Fipe de abril e o relatório da dívida do Tesouro. Na Alemanha será divulgado o índice GFK de confiança do consumidor, e nos EUA saem as vendas pendentes de imóveis e estoques de petróleo.

Quinta-feira (28): os números do Governo Central de março, Caged de março e o IGP-M de abril. A decisão de política monetária do Banco do Japão (BoJ), inflação ao consumidor (CPI) da Alemanha, PMI industrial da China, enquanto os EUA revelam os pedidos de auxílio-desemprego e o PIB do 1º tri na segunda leitura.

Sexta-feira (29): a Pnad Contínua e definição da bandeira tarifária de energia elétrica. Serão conhecidos os números do PIB da França, Espanha, Itália, Alemanha, México e zona do euro, além do CPI da zona do euro. Nos EUA, saem renda pessoal e sentimento do consumidor da Universidade de Michigan. O BC da Rússia anuncia sua decisão de política monetária.

Fonte: Broadcast

Principais indicadores para acompanhamento da Renda Fixa e Tesouro Direto

Curvas de Juros do Tesouro Direto

Curvas de Juros Anbima

Gráfico de Retorno versus Risco Renda Fixa - Tesouro Direto

Rendimentos e Volatilidade da Renda Fixa: Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI

Características do Tesouro Direto: Taxa de Compra, Preço de Compra, Duration(Duração), Duração Modificada, DV01 e Volatilidade(Desvio padrão últimos 21 úteis)

Volatilidade da Renda Fixa (Risco de Mercado) Tesouro Direto, Ibovespa e Dólar

Retornos Mensais e 12 Meses Ordenado

Ranking Mensal Colorido de Rentabilidades Tesouro Direto, Poupança, Ibovespa, Dólar, IDA Anbima e CDI