Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 197

Curva de Juros Futuro do DI em 29/04/2022

Curva de Juros Futuro do DI em 22/04/2022

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Highlights (Resumo): Queda nos Curtos e Alta nas Taxas de Juros Longas

Principal(is) vetor(es): a surpresa com o IPCA-15 de abril abaixo da mediana amparou a retirada de prêmios da curva a termo de juros.

Destaque(s): IPCA 15.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

No Relatório de Mercado Focus (02), a mediana para o IPCA de 2022 subiu pela 16ª semana consecutiva, de 7,65% para 7,89%, bem distante do teto da meta deste ano (5,0%). Há um mês, a mediana era de 6,97%. Para 2023, foco principal da política monetária, a mediana para o índice de inflação oficial aumentou de 4,00% para 4,10%, acima do centro da meta (3,25%). Há um mês, a mediana era de 3,80%.

Na semana que antecede as decisões das políticas monetárias do Brasil e dos EUA, a surpresa com o IPCA-15 de abril abaixo da mediana amparou a retirada de prêmios da curva a termo de juros. O nível de inclinação da curva teve ligeira alteração. O spread entre os DIs jan/27 e jan/24 fechou em -75 pontos, de -72 pontos na sexta-feira anterior (22).

Fatores que contribuíram para a queda das taxas:

  • o IPCA-15 de 1,73% em abril, a taxa mais alta para um mês desde fevereiro de 2003, mas abaixo dos 1,82% que era a mediana. A taxa em 12 meses ficou em 12,03% e também abaixo da mediana (12,14%) das projeções,
  • e a melhora de percepção com a China, após promessa de aumento dos esforços para conter o atual surto de covid-19 e, ao mesmo tempo, impulsionar o crescimento.

Fatores que foram considerados de menor potencial para influenciar o movimento da curva de juros:

  • a desaceleração do IGP-M de abril para 1,41%, de 1,74% em março, ficando perto do piso das estimativas,
  • a arrecadação de impostos e contribuições federais em março e o Caged de 136.189 vagas líquidas abertas, ambos superando a mediana,
  • e o déficit do Governo Central de R$ 6,304 bilhões mais baixo que o consenso.

Fizeram o contraponto mas não impediram o fechamento da curva:

  • a alta dos retornos dos Treasuries e do dólar diante da percepção de que os juros dos EUA subirão a um ritmo mais intenso,
  • o temor do mercado quanto à inflação e à atividade global,
  • a persistência da crise geopolítica no Leste Europeu,
  • e a resistência do petróleo acima de US$ 100.

A conferir:

  • Se no comunicado do BC haverá alguma indicação sobre se o ciclo de alta chegou ao fim ou se vai deixar a porta aberta,
  • e o que virá na comunicação que acompanha a decisão do Fed. No CME Group, a ferramenta que monitora a expectativa para a taxa de juros básica dos EUA, aponta para uma probabilidade de quase 90% de que o Fed aumente o juro em 75 pontos-base na sua reunião de política monetária marcada para junho.

O dólar à vista encerrou a sessão de sexta-feira (29) cotado a R$ 4,9427, terminando a semana em alta de 2,86% e abril com valorização de 3,81%. No ano, a divisa ainda acumula baixa de dois dígitos (-11,36%).

Os vetores que conduziram as trocas de sinal da moeda americana foram:

  • a perspectiva de alta mais intensa e rápida nos EUA, amparada na fala hawkish do presidente do Fed, Jerome Powell,
  • a escalada da guerra na Ucrânia e aumento das tensões entre Ocidente e Rússia, que cortou fornecimento de gás para Polônia e Bulgária,
  • os temores de uma desaceleração mais forte da economia chinesa, dadas as medidas restritivas para conter a covid-19,
  • a desaceleração do fluxo de recursos estrangeiros para ativos locais, em meio ao ambiente externo mais conturbado,
  • e a divulgação de dados do PIB e de inflação da zona do euro, que vieram em linha com as expectativas.

Agenda de indicadores e eventos de 02 a 06 de maio

Segunda-feira (02): o Relatório Focus, o IPC-S, os dados do IBC-Br de fevereiro e o resultado fiscal do mesmo mês. Também serão publicados os índices de gerentes de compras industriais (PMIs) do Brasil, da zona do euro e dos EUA, todos relativos a abril.

Terça-feira (03): será a vez da produção industrial brasileira em março e de diversos indicadores econômicos internacionais, como as encomendas à indústria dos EUA e o PPI de março da zona do euro. Ainda, o discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde.  

Quarta-feira (04): o IPC-Fipe de abril, a decisão de política monetária do Fed seguida de coletiva de imprensa do seu presidente, Jerome Powell, e PMIs de serviços e composto de abril dos EUA, zona do euro, Alemanha e China.  

Quinta-feira (05): a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE) e a reunião ministerial da Opep+.

Sexta-feira (06): o IGP-DI e a publicação do payroll de abril dos EUA.

Fonte: Broadcast

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