Outros condutores da alta dos juros futuros foram:
- o avanço do dólar e do petróleo alimentando a percepção de que um reajuste dos preços dos combustíveis está a caminho, e que caso se concretize, a tendência é de piora nas estimativas de inflação que já rodam bem acima das metas para este e o próximo ano, exigindo mais da política monetária,
- a abertura das taxas longas dos Treasuries, com a da T-Note de dez anos já rodando acima de 3,10%,
- o payroll de abril acima do esperado alimentando a expectativa de que o Fed terá de acelerar o ritmo de aperto monetário em junho para conter as pressões inflacionárias,
- os temores com os sinais de desaceleração da economia da China diante de sua política de “tolerância zero” contra a covid-19,
- a percepção de um quadro de estagflação global,
- a informação do Copom de que para a reunião de junho “antevê como provável uma extensão do ciclo com um ajuste de menor magnitude”,
- e o prolongamento da guerra na Ucrânia.
Fatores que foram considerados de menor potencial para influenciar o movimento da curva de juros:
- o IGP-DI, que registrou alta de 0,41% em abril, após uma elevação de 2,37% em março, dentro do intervalo das previsões e abaixo da mediana,
- e a desaceleração da produção industrial em março, para 0,3%, de 0,7% em fevereiro, acima da mediana estimada de 0,2%.
Fizeram o contraponto mas não impediram a abertura da curva:
- o índice de atividade econômica do BC (IBC-Br) apontando para uma perda de tração da economia no segundo mês do ano, com alta de 0,34% na margem, menor que a mediana de 0,40%.
A conferir
- Se o mercado conseguirá depreender qual será o grau de redução, dado que o Copom avisou no comunicado que pretende dar mais uma dose de aperto na Selic em junho em menor magnitude do que a de 1 pp, e se já será possível avaliar o fim do ciclo de ajuste,
- e os discursos dos dirigentes do Fed, em busca de sinais sobre os próximos passos da política monetária. O monitoramento do CME Group já aponta mais de 90% de chance para um aumento de 75 pontos-base.
O dólar à vista encerrou a sessão de sexta-feira (6) cotado a R$ 5,0754, fechando a primeira semana de maio com valorização de 2,68%. A baixa acumulada em 2022 passou a ficar abaixo de dois dígitos (-8,98%).
Os vetores que influenciaram as alterações no preço da moeda americana foram:
- o fluxo de saída de investidores estrangeiros do Brasil,
- as preocupações com a inflação elevada e desaceleração da economia global,
- os temores com a perda de fôlego da atividade na China que passa por lockdowns para conter a covid,
- os dados do relatório de emprego nos EUA (payroll) acima do esperado em abril, o que tende a manter o consumo em alta nos EUA impulsionando mais a inflação, ajudando a encorpar a visão de que o Fed terá que acelerar a alta de juros,
- as sinalizações de que o BCE também pode ter de antecipar a alta de juros por lá,
- e o leilão de swap de US$ 1 bilhão realizado pelo BC.
Agenda de indicadores e eventos de 09 a 13 de maio
Segunda-feira (9): o IPC-S da primeira quadrissemana de maio,
Terça-feira (10): a divulgação da ata do Copom, o IGP-M de maio, as vendas no varejo de março e a produção e venda de veículos de abril. Na Europa tem o índice ZEW de expectativas econômicas e na China, a inflação ao consumidor (CPI) de abril,
Quarta-feira (11): o IPCA de abril e o dado de inflação ao consumidor (CPI) dos EUA de abril,
Quinta-feira (12): a pesquisa mensal de serviços de março, o PIB do Reino Unido no primeiro tri e a produção industrial da região,
Sexta-feira (13): serão divulgados a produção industrial da zona do euro e índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan.