Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 107

Curva de Juros Futuro do DI em 07/08/2020

Highlights (Resumo):

Alta nas Taxas de Juros Médias e Longas.

Principal(is) vetore(s): Piora na percepção das políticas do governo, principalmente o temor da flexibilização do teto de gastos, após informações sobre uma possível extensão do pagamento do auxílio emergencial até o fim do ano e prorrogação do estado de calamidade pública até 2021.

Destaque(s): Risco Fiscal.

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

No Relatório de Mercado Focus (10), entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2020 passou de 1,51% para 1,58%, centro da meta de 2020 (4,00%) . Para 2021, a estimativa do Top 5 passou de 2,78% para 2,89%, meta (3,75%). Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 1,80% e 2,80%, respectivamente.

No mercado de juros, a curva a termo teve ganho de inclinação em semana de corte da Selic (de 2,25% para 2,00%), aumento do desconforto do mercado em meio à piora de percepção das políticas fiscal e ambiental do governo, tabelamento dos juros do cheque especial e cartão de crédito, além do temor de flexibilização do teto de gastos, após informações sobre uma possível extensão do pagamento do auxílio emergencial até o fim do ano e prorrogação do estado de calamidade pública até 2021.

No comunicado, a autoridade monetária, apesar de externar preocupações com a política fiscal, decidiu manter algum grau de abertura para seguir cortando a taxa básica. “Eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva”. Também foi lido a indicação de um ciclo longo de Selic estável depois que for encerrada a atual sequência de cortes que começou em julho de 2019.

A inflação pelo IPCA em julho, de 0,36%, em linha com a mediana das previsões, deixou inalterado o quadro de apostas para a Selic, majoritárias em manutenção no próximo Copom. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 0,46%. Em 12 meses, o resultado foi de 2,31%. 

A produção industrial em junho cresceu 8,9%, acima da mediana das expectativas (7,8%). O patamar, porém, ainda está muito aquém do visto em fevereiro, antes da pandemia, e do pico em maio de 2011. Em relação a junho de 2019, a produção caiu 9,0%.

O dólar fechou a sexta-feira (7) no nível mais alto desde 30 de junho, cotado em R$ 5,4143. A moeda americana encerrou a semana acumulando valorização de 3,8%, a maior em seis semanas. O entendimento foi que o cenário externo pesou, com o dólar ganhando força nos emergentes, ainda em meio ao impasse nas negociações para aprovação de um pacote fiscal nos EUA, e crescente tensão nas relações entre Washington e Pequim. Mas a crescente preocupação com as contas fiscais brasileiras e a expectativa de que mais cortes de juros podem vir pela frente também pressionaram o câmbio. Ficou em segundo plano a divulgação do relatório mensal de emprego, o payroll, com números melhores que o previsto de criação de vagas em julho, que somaram 1,763 milhões de postos.

Semana de 10 a 14 de agosto

Destaque para a divulgação, na terça-feira (11), da ata da reunião do Copom do último dia 5, quando a Selic foi reduzida para 2% ao ano. O documento poderá dar sinalização mais firme sobre o plano de voo do Banco Central daqui em diante, após o comunicado da decisão ter indicado que a porta continua aberta para um novo corte da taxa básica, mas as condições parecem agora mais rígidas. Ainda, o calendário contempla a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), todos referentes a junho, e que poderão balizar ajustes nas expectativas para o PIB do segundo trimestre.

O mercado também seguirá com as atenções em Brasília, de olho no avanço das discussões sobre a reforma tributária em meio ao imbróglio sobre a criação de imposto para compensar o aumento da pressão sobre os gastos. O risco fiscal, com eventual prorrogação do auxílio emergencial e do estado de calamidade pública até 2021 defendidos por parte do Congresso, é tema preocupante para o mercado.

No exterior, o foco está na escalada da tensão entre EUA e China e indefinição sobre o pacote fiscal americano diante da falta de acordo entre democratas e republicanos no Congresso. Na agenda, entre os destaques estão números de atividade da economia chinesa em julho.

Fonte: Broadcast

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