Além das perspectivas econômicas positivas geradas pelo avanço das vacinas contra a covid-19, os dados de atividade acima do previsto na China e o forte fluxo de recursos buscando risco em mercados emergentes, também contribuiu o payroll de novembro, que mostrou criação de vagas abaixo do esperado e aumentou a expectativa pela aprovação de mais estímulos monetários e fiscais nos EUA.
No combo de notícias positivas também estavam: a retomada do otimismo com agenda fiscal com sinais positivos do Congresso para o andamento das reformas ainda neste ano e declarações do governo de que não vai ter extensão do auxílio, a importação da pressão inflacionária de 2021 para 2020 com a retomada da bandeira vermelha para a Aneel, o sucesso do maior leilão da história de NTN-Bs, a bem-sucedida emissão externa do Tesouro que captou US$ 2,5 bilhões em bônus de 5, 10 e 30 anos atraindo demanda três vezes maior que a oferta às menores taxas já obtidas pelo País, o câmbio mais acomodado e a atividade fraca evidenciada pela produção industrial abaixo da mediana.
O resultado da produção industrial (subiu 1,1%) em outubro ante setembro, abaixo da mediana (1,4%), confirmou uma recuperação do setor menos forte do que esperava o mercado e também apoiou a queda das taxas.
O dólar à vista fechou a sexta-feira (4) em queda de 0,30%, cotado em R$ 5,1246, acumulando desvalorização de 3,8% na semana, a terceira seguida de perdas para a moeda americana ante o real, diminuindo a valorização no ano para menos de 30%. A crescente expectativa por novos estímulos fiscais nos EUA reforçada pelos dados abaixo do previsto do mercado de trabalho em novembro e notícias sobre distribuição de vacina da Moderna contra a covid-19 ainda neste ano em solo americano, fizeram o dólar testar novas mínimas mundiais esta semana, com algumas moedas, como o franco suíço, caindo ao menor nível em 5 anos.
No Brasil, a entrada de fluxo para a Bolsa persiste em dezembro e ajudou a suavizar a pressão pela moeda americana no mercado à vista, que é comum nesta época do ano para remessas de juros e dividendos por empresas e fundos, além de perspectivas de injeção de liquidez adicional que poderia superar a rolagem integral do vencimento de swap de janeiro.
Semana de 7 a 11 de dezembro
Na agenda doméstica, a próxima semana terá como destaques o resultado do IPCA de novembro, na terça-feira (8), e a divulgação da decisão do Copom na quarta-feira (9), em que é unânime a expectativa de manutenção da Selic a 2%. A semana reserva ainda as vendas no varejo na quinta-feira (10) e o volume de serviços na sexta-feira (11), ambos de outubro.
No exterior, as atenções seguirão voltadas ao noticiário em torno da covid-19 e à expectativa de acordo para um pacote de estímulos econômicos nos EUA. Na agenda internacional está marcada para quinta-feira (10) a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que poderá conceder novos estímulos monetários na zona do euro para enfrentar os efeitos da pandemia do novo coronavírus.