Os principais drivers que sustentaram o alívio nos prêmios de risco foram:
- a revelação na ata do Copom de que alguns integrantes do colegiado consideraram a possibilidade de iniciar o aperto monetário já na reunião do dia 20 de janeiro, com percepção de parte do mercado de que a Selic poderá subir já em março, e outros antecipando o cenário de abertura do ciclo para o primeiro semestre,
- a percepção do mercado de que os candidatos apoiados pelo governo têm chances reais de vencerem as eleições para o comando do Congresso, o que poderia fazer a agenda econômica e de reformas avançar,
- a oferta menor de títulos no bem sucedido leilão do Tesouro,
- e os sinais de responsabilidade fiscal emitidos pelo governo após os discursos do presidente Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, de comprometimento com a regra do teto de gastos.
A moeda americana encerrou a semana cotada a R$ 5,4745 no mercado à vista, encerrando janeiro com valorização acumulada de 5,51%, a maior alta desde março de 2020. O desconforto do mercado com o risco fiscal do governo impediu recuo maior do dólar, mesmo com fluxo externo forte. Também ajudaram na alta:
- as incertezas internas em meio ao agravamento da pandemia de coronavírus no Brasil,
- a perspectiva de menor crescimento diante de revisões de projeções do crescimento do PIB brasileiro para 2021 e rombo recorde em 2020 do setor público consolidado,
- a expectativa com a agenda econômica após as eleições para presidências da Câmara e do Senado e se haverá prorrogação do auxílio emergencial,
- a possível greve dos caminhoneiros,
- e o ambiente externo avesso ao risco por conta de temores sobre o alcance dos movimentos especulativos com ações em Nova York e possibilidade de diminuição do pacote fiscal nos EUA em negociação no Congresso.
Semana de 01 a 05 de fevereiro
Entre os destaques da agenda está a eleição no dia 1º para as presidências da Câmara e do Senado. Os favoritos são os candidatos apoiados pelo governo. Na agenda de indicadores, haverá divulgação do resultado da produção industrial de dezembro.
No exterior, o relatório de emprego nos EUA será divulgado na sexta-feira (5) com os números do payroll. O documento vai mostrar como se comportou o mercado de trabalho norte-americano em janeiro, mês de forte agravamento da disseminação da Covid-19. Na Europa, o Banco da Inglaterra (BoE) terá decisão de política monetária na quinta-feira (4).