Análise do Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto: Semana 142

Curva de Juros Futuro do DI em 09/04/2021

Curva de Juros Futuro do DI em 01/04/2021

Highlights (Resumo): Alta nas Taxas de Juros com ganho de inclinação.

Principal(is) vetor(es): desconforto com a falta de um desfecho dentro do teto de gastos,  pareceres da Câmara e Senado sugerindo que o Orçamento de 2021 pode ser sancionado sem vetos, ao contrário do que argumenta a equipe econômica, a abertura de uma CPI para investigar a atuação do governo federal na pandemia e o receio de que o governo volte a decretar estado de calamidade.

Destaque(s): Risco Fiscal, Político e COVID.

Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa e Tesouro Direto.

Contribuição: José Luis Gomes Lisboa CFP® Linkedin

O Relatório de Mercado Focus (12) mostrou que a mediana para o IPCA este ano passou de alta de 4,81% para 4,85%. Há um mês estava em 4,60%. A projeção para a inflação está acima do centro da meta de 2021, de 3,75%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).

A permanência do impasse em relação ao Orçamento de 2021 seguiu estressando o mercado de juros ao longo da semana, e apesar da intensa volatilidade terminou com ligeira alteração no desenho da curva.
O diferencial entre as taxas do DI jan/22 e jan/27, uma medida de inclinação e de apetite ao risco, passou de 417 pontos-base na quinta-feira (01), para 421 no dia 09.

 

O acúmulo de prêmios na curva de juros refletiu:

  • o desconforto com a falta de um desfecho dentro do teto de gastos para o Orçamento de 2021,
  • os pareceres de Câmara e Senado sugerindo que o Orçamento de 2021 pode ser sancionado sem vetos, ao contrário do que argumenta a equipe econômica,
  • a abertura de uma CPI para investigar a atuação do governo federal na pandemia como um complicador adicional agravando a tensão política,
  • o receio de que o governo volte a decretar estado de calamidade em função das consequências mais severas da pandemia no País, com as regras fiscais sendo suspensas e caminho aberto para um aumento mais significativo dos gastos.

O mercado tentou reduzir prêmio de risco na curva apoiado em uma conjunção de fatores considerados positivos, mas foram insuficientes para minimizar as incertezas do quadro político-fiscal:

  • o IPCA subiu 0,93% em março, com o acumulado em 12 meses em 6,10%, ambos abaixo do piso dos intervalos de estimativas,
  • a percepção favorável à equipe econômica captada no jantar com empresários,
  • o leilão de títulos prefixados menor em termos de risco, ajudando a não adicionar pressão de alta,
  • e declarações de integrantes do Copom reforçando a indicação de nova dose de alta de 75 p.b. da Selic em maio, descartando uma atuação pautada pelo cenário fiscal e, ainda, que “normalização parcial significa que não precisamos ir para a taxa neutra agora”.

O dólar à vista encerrou a semana cotado a R$ 5,6749, acumulando queda de 0,71%, a segunda seguida de baixa, influenciada mais pelo cenário externo, com o Fed sinalizando em ata de política monetária que pretende manter seus estímulos monetários no patamar atual pelo tempo que for necessário, e demonstrou pouca preocupação com pressões inflacionárias.

Contribuiu para limitar a valorização do real:

  • as incertezas sobre o desfecho do conflito entre o Congresso e a equipe econômica em torno do Orçamento de 2021, após parecer da Câmara e do Senado sugerir aprovação sem veto das medidas,
  • a previsão de abertura de CPI da pandemia para apurar a denúncia de senadores de omissão do governo federal no enfrentamento da covid-19 no País,
  • e dados fortes de inflação dos EUA e da China aumentando preocupações de aperto monetário antes do esperado nas duas maiores economias do mundo.

Semana de 12 a 16 de abril

A CPI para investigar a atuação do governo federal na pandemia deve ficar no foco. No Brasil, a agenda traz ainda vendas no varejo e pesquisa de serviços de fevereiro, que não devem refletir ainda o impacto da restrição maior à mobilidade com agravamento da pandemia.

Já no exterior, a divulgação do PIB da China e dados de inflação ao consumidor nos EUA estarão no radar. A inflação americana segue ganhando destaque, uma vez que, ao confirmar aceleração, coloca pressão sobre os juros dos  Treasuries.

Fonte: Broadcast

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