Os argumentos para a devolução de prêmios na curva de juro a termo foram:
- a leitura da sanção ao Orçamento de 2021 de que a publicação coloca um ponto final nas incertezas em relação ao tema e abre espaço para que o Congresso volte a discutir reformas,
- o apetite ao risco que predomina nos mercados internacionais com ampla liquidez pelo mundo e fluxo para o Brasil,
- o leilão do Tesouro com redução do volume da oferta de prefixados,
- o alívio no câmbio,
- os yields dos T-notes comportados, com a de dez anos rodando em torno de 1,55%, distante da marca de 1,70% atingida semanas atrás,
- os dados positivos da arrecadação federal,
- e as declarações do novo presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, reafirmando a política de paridade de preços e rechaçando interferências na companhia sob o seu comando.
Ao comentar a arrecadação recorde de março, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a comemorar a retomada da economia e pontuou que, embora fora do teto, os gastos aprovados no Orçamento obedecem “compromisso com saúde e responsabilidade fiscal”.
O saldo positivo para os juros na semana também reforça um cenário de alta de 75 pontos-base da Selic em maio e deixa menor a possibilidade de mais 100 pontos.
O dólar terminou a semana cotado em R$ 5,4973, acumulando baixa de 1,6%. Foi a quarta semana consecutiva de desvalorização ante o real, impulsionada pela maior propensão do mercado internacional a tomar risco por conta das quedas das taxas de retorno dos juros longos americanos, o que tem trazido fluxo de capital externo para o Brasil.
A resolução do imbróglio do orçamento, que já durava quase um mês também teve peso decisivo na melhora do real, e a expectativa é que agora a agenda de reformas volte a andar, embora a preocupação fiscal siga no radar.
Semana de 26 a 30 de abril
O mercado espera que a agenda de reformas evolua no Congresso, ao mesmo tempo em que observa o andamento da CPI da Covid no Senado. Os números da pandemia e o ritmo de vacinação no País também continuarão no radar.
No Brasil, o ponto alto é a divulgação do IPCA-15 de abril na terça (27) e são esperados ainda IGP-M, resultados fiscais, dados do mercado de trabalho do Caged e da Pnad Contínua.
No exterior, a agenda é carregada de indicadores e eventos de peso, com destaque para a reunião de política monetária nos EUA. O Fed anuncia sua decisão sobre juros na quarta-feira (28) às 15h, e logo depois, haverá entrevista coletiva do presidente da instituição, Jerome Powell. Nos dados econômicos, serão conhecidos resultados preliminares do PIB norte-americano e região do euro referentes ao primeiro tri.
Fonte: Broadcast