Entre notícias positivas e outras que apoiaram a cautela, os fatores que influenciaram o movimento da curva a termo foram:

• incertezas em relação à condução da política monetária, com o Banco Central sinalizando ajuste parcial da Selic enquanto o mercado está cada vez mais piorando suas projeções de IPCA para este e o próximo ano,
• dados melhores que o esperado de indicadores de atividade dos EUA (PMIs) resgatando preocupações com superaquecimento da economia, inflação e início de um processo de redução de estímulos pelo Fed,
• Na ata, o Fed reafirmou que não vê índices isolados, mas tendências, reforçou a visão de que o atual choque inflacionário nos EUA é transitório e revelou que alguns membros disseram ser apropriado começar a debater sobre aperto monetário nas próximas reuniões,

• aumento da preocupação com o avanço mundial da inflação, que pode forçar grandes bancos centrais a retirar medidas de estímulo mais cedo do que se imaginava,
• a confirmação do Ministério da Economia de que há um espaço adicional de R$ 4,8 bilhões no teto de gastos, o que alivia, em alguma medida, a pressão fiscal,
• aprovação na Câmara da MP da privatização da Eletrobrás, e pelos números positivos da arrecadação federal de abril
• leilão menor de títulos prefixados do Tesouro Nacional e concentrado na ponta curta, e elevação pelo tesouro da oferta de NTN-Bs de 1,9 milhão na semana anterior para 4,8 milhões, com lote muito grande (1,5 milhão) no papel longo (2055).

O dólar à vista encerrou a semana cotado a R$ 5,3532, acumulando valorização de 1,56% ante o real, a segunda seguida de alta.

A divulgação dos dados de PMI composto recordes em maio, mostrando que o nível de atividade econômica deve ser um pouco mais elevado nos próximos meses, trazendo pressão maior de demanda e para a inflação nos EUA, e a mudança de discurso do Fed, que começa a sinalizar para o debate sobre a redução das compras mensais de ativos, ajudaram a fortalecer o dólar no mercado internacional e a elevar as taxas de retorno dos juros longos americano penalizando ativos de emergentes.

Semana de 24 a 28 de maio de 2021

Na agenda doméstica, divulgação de indicadores econômicos relevantes com potencial para influenciar as expectativas quanto ao ritmo da economia e a política monetária do Banco Central. Na terça-feira (25) será divulgado o IPCA-15 de maio. Outro indicador de inflação relevante na semana será o IGP-M de maio na sexta-feira (28). A agenda contará ainda com dados do mercado de trabalho com o resultado de abril do Caged, e os números do governo central, também do mês passado.

No exterior, as discussões devem continuar concentradas no ritmo da inflação nos países desenvolvidos e na possibilidade de os bancos centrais terem de reduzir estímulos dados, inclusive, com aumento de juros antes do que o previsto. Nesse ambiente, a semana será marcada por discursos de diversos dirigentes do Fed, que podem sinalizar os próximos passos da autoridade monetária. Ainda nos EUA, destaque para os dados do PIB americano no primeiro tri a ser conhecido na quinta-feira (27).

Fonte: Broadcast